“É um ato de desespero”, reage Ciro à tentativa de Bolsonaro de processá-lo

Ex-governador Ciro Gomes (PDT). Foto: Reprodução

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou que é um “ato de desespero” o governo abrir inquérito para investigá-lo por ter criticado Bolsonaro.   

A Polícia Federal abriu inquérito para investigar o ex-ministro por suposta prática de crime contra a honra de Jair Bolsonaro durante uma entrevista à Rádio Tupinambá, de Sobral (CE), em novembro do ano passado.

O pedido de abertura de inquérito foi assinado por Bolsonaro e encaminhado à PF pelo ministro da Justiça, André Mendonça.

“Particularmente não ligo para esse ato contra mim, mas considero grave a tentativa de Bolsonaro de intimidar opositores e adversários. Entendo que é um ato de desespero de quem vê sua imagem se deteriorar todos os dias pela gestão criminosa do Brasil na pandemia”, escreveu Ciro Gomes nas redes sociais.

Na entrevista à rádio, Ciro afirmou que a população, ao não apoiar os candidatos de Bolsonaro nas eleições municipais, mostrava um sentimento de “repúdio ao bolsonarismo, à sua boçalidade, à sua incapacidade de administrar a economia do país e seu desrespeito à saúde pública”. Também o chamou de “ladrão” e citou o esquema de “rachadinha” que envolve Flávio Bolsonaro e outros de seus filhos.

“Fui informado da abertura desse inquérito há cerca de dez dias. Estou pouco me ligando”, disse Ciro na sexta-feira (19).

O caso corre na Justiça Federal do DF. Segundo despacho do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, Ciro é alvo de investigação policial com base do artigo 145 do Código Penal, que trata sobre crime contra a honra.

 “Bolsonaro está condenando nosso povo à morte. E vamos seguir lutando para salvar vidas e contra sua política genocida!”, disse Ciro.

No Twitter, Ciro Gomes reafirmou suas denúncias contra Bolsonaro em um vídeo onde lista as acusações de corrupção que pesam contra o presidente e seus filhos.

“Bolsonaro sempre foi corrupto! Todos os dias aparecem novas evidências. Não podemos aguentar calados tanta roubalheira, tanto abuso e tanta ameaça sobre o futuro do Brasil! #ForaBolsonaro”, escreveu Ciro.

Ciro recebeu a solidariedade do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

“Perseguir opositores se utilizando do aparato estatal ao invés de comprar vacina e tentar salvar vidas é coisa de quem tem MUITO a esconder e temer. Toda nossa solidariedade ao amigo @cirogomes. A ousadia dos covardes não nos intimidará!”, escreveu Randolfe.

O ex-presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), postou no Twitter a sua mensagem em apoio a Ciro: “E você com medo do Brasil virar uma Venezuela, né? Minha solidariedade ao @cirogomes”.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) também se pronunciou. “Toda solidariedade ao amigo e grande brasileiro @cirogomes, mais um alvo do Estado policial que Bolsonaro deseja implantar. Como @felipeneto, Ciro virou alvo da Polícia Federal por criticar o presidente. Não irão nos calar!”.

O ex-ministro e ex-governador do Ceará citou o youtuber Felipe Neto, intimado a depor por chamar Bolsonaro de “genocida”, em crítica à caótica e criminosa gestão do governo federal na pandemia. A denúncia partiu do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente.

Felipe Neto anunciou na quinta-feira (18) a criação de uma frente de advogados que irá defender gratuitamente todos aqueles que forem processados por criticar Bolsonaro.

A iniciativa “Cala Boca Já Morreu” será formada por especialistas dos escritórios de advogados reconhecidos como André Perecmanis, Augusto de Arruda Botelho, Davi Tangerino e Beto Vasconcelos.

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