“É um dos maiores escândalos de corrupção”, diz Randolfe ao pedir CPI para investigar o MEC

Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado Federal. Foto: Reprodução - Twitter
“Aos senhores Milton Ribeiro e Jair Bolsonaro: não permitiremos fuga das investigações! Eles devem ser responsabilizados!”, afirmou o senador da Rede

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou, na segunda-feira (28), um requerimento para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o esquema de corrupção no Ministério da Educação, no qual pastores evangélicos, com autorização de Jair Bolsonaro, recebiam propina para liberar verbas para municípios.

O ministro Milton Ribeiro pediu demissão na segunda-feira, depois de ter sido pego com a boca na botija.

Randolfe Rodrigues avisou que “a saída do ministro da Educação não será aceita como tentativa de livramento das responsabilizações cabíveis”.

“Aos senhores Milton Ribeiro e Jair Bolsonaro: não permitiremos fuga das investigações! Eles devem ser responsabilizados!”, afirmou.

“A partir de agora entendemos que é dever do parlamento cobrar investigações minuciosas desse que já é um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil”, continuou.

O senador anunciou que iria pedir a “instalação de uma CPI no Senado para investigação do Bolsolão do MEC [Ministério da Educação]!”.

Milton Ribeiro foi gravado admitindo que, por um “pedido especial” de Jair Bolsonaro, ele destinava as verbas do Ministério da Educação conforme mandavam os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que não têm nenhum cargo no governo federal.

“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar. Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, disse.

Os dois pastores pediam propina para todos os prefeitos que quisessem ter uma reunião com o ministro Milton Ribeiro ou pretendessem a liberação de verbas.

Era uma espécie de “gabinete paralelo”, como o que foi descoberto no Ministério da Saúde pela CPI da Pandemia.

O relato de alguns prefeitos mostra que para que o requerimento de verbas fosse protocolado no Ministério, os pastores exigiam R$ 15 mil. Para cada passo depois desse, era preciso pagar cada vez mais.

O pastor Arilton Moura pediu ao prefeito de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga, que a propina fosse paga em forma de um quilo de ouro, equivalente a mais de R$ 300 mil. Como o prefeito não pagou, o município ficou sem a verba do Ministério.

Randolfe Rodrigues disse que o que foi descoberto até agora demostra os crimes de corrupção passiva e tráfico de influência.

A demissão de Milton Ribeiro foi “uma vitória dos estudantes, dos profissionais da educação e de toda a sociedade civil que acompanha, fiscaliza e cobra o uso correto dos recursos públicos”.

Randolfe também afirmou que a destruição da educação é um projeto do governo Bolsonaro.

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