
Agropecuária cresce 6,1%, indústria 1,6% e serviços 0,7%
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado como uma prévia do PIB a ser divulgado até o final do mês pelo IBGE, teve um crescimento de 1,3% no primeiro trimestre deste ano em relação ao último trimestre de 2024.
O resultado foi determinado pelos aumentos, no período, pelo agropecuária em 6,1%, da indústria 1,6% e de serviços 0,7%. O índice mostra um crescimento da atividade econômica, visto que no quarto trimestre o avanço foi menor e situou-se em 0,5%. Os dados foram divulgados pelo BC nesta segunda-feira.
O crescimento do IBC-Br no 1º trimestre do ano foi o sexto trimestre positivo seguido. A última retração do indicador foi registrada exatamente no terceiro trimestre de 2023 (-0,7%), acompanhando o desempenho favorável do PIB em 2024, em desaquecimento no final do ano.
O desempenho do trimestre ainda não refletiu o impacto negativos dos aumentos mais recente dos juros, puxados pela taxa Selic do Banco Central (BC), taxa de juros básicos da economia. Além de trazerem o forte efeito da agropecuária, que não deve se repetir, nesse nível, nos próximos trimestres.
O impacto da alta da Selic é esperado para os próximos trimestre especialmente a partir do segundo semestre. Há entre especialistas, aqueles que projetam até taxas negativas de crescimento do PIB nesse horizonte.
Essas avaliações estão coerente com o objetivo declarado do BC em derrubar a economia através do aumento das taxas de juros, a despeito de controlar a inflação dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional(CMN) em 3% com variação de 1,5% para mais e para menos. Há um detalhe nessa política, quanto mais aumentam os juros mais ganham os bancos e perde todo mundo. Em 2024 as despesas com juros atingiram quase um trilhão de reais, algo 5% do PIB.
Esse propósito poderia ser diferente se o CMN estabelecesse uma meta de inflação mais alta e ainda o Ministério da Fazendo tivesse uma política de crescimento da economia. O CMN é formado pelos Ministros da Fazenda e do Planejamento e do presidente do Banco Central.
Banco Central, Fazenda e Planejamento escolheram economizar o tostão para garantir o serviço da dívida pública, não querem que a solução das dificuldades financeiras do país aconteçam pelo lado da expansão da economia, com mais investimento, crescimento robusto da indústria, do comércio e dos serviços não financeiros, do emprego e renda e por consequência dos tributos, em última estância os recursos que podem garantir as despesas legítimas de dívidas.
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, já avaliou que há sinais de desaceleração da economia, mas que eles ainda são muito iniciais e que é necessário manter vigilância sobre o comportamento dos preços. Leia-se manter os juros nas alturas.
Para o BC um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país e entende que isso é um “elemento necessário para a convergência da inflação à meta de 3%”, mesmo que trabalhadores e todo povo se lasquem no desemprego, na redução da renda, no crescimento da pobreza e das outras mazelas que acompanham as políticas contracionistas no país.
J.AMARO