
Lucro líquido de R$ 11,1 bilhões no período
O banco Itaú obteve no primeiro trimestre do ano um lucro líquido de R$ 11,1 bilhões o que representa um crescimento de 13,9% sobre o mesmo primeiro trimestre do ano passado. Em relação ao trimestre anterior, encerrado em dezembro, o aumento foi de 2,2%.
Os resultados favoráveis tem base em altas taxas de juros, crédito bastante seletivo com garantias cada vez maiores, tipo hipoteca de imóveis (incrementado com mais força recentemente), para pessoas e empresas, visando manter baixa inadimplência e o aumento das já elevadas receitas de serviços. Aquele valor que temos que pagar mensalmente para ter a conta corrente, por exemplo.
O Itaú tem lucros trimestrais há vinte anos ininterruptos, apresentando consistentemente alta rentabilidade, com destaque para lucros em 2024. Nesse ano o Itaú atingiu um lucro recorde de R$ 40 bilhões, batendo o recorde histórico de lucros de bancos no Brasil. Projetando o lucro deste primeiro trimestre, agora, parece que vão bater um novo recorde.
Há um evidente contraste entre o desempenho do banco, como ademais com as outras empresas do sistema financeiro, em relação ao comércio e mais ainda sobre a indústria e mesmo em relação a economia do país.
Enquanto, nesse período, a economia nacional teve um crescimento médio que não ultrapassou 2,5% ao ano, há fontes que calculam que as receitas do Itaú cresceram pelo menos 10% ao ano em média nos últimos 20 anos, passando pela recessão de 2015 e 2016, pela pandemia e outras dificuldades da economia.
A concentração de riqueza nas mãos dos bancos, e do rentismo em geral, é possível de ser observada, por exemplo, no quase um trilhão de reais de juros amealhados em 2024, aproximadamente 8,5% do PIB do país, sobre a dívida pública, vítima das extorsivas taxas de juros da rolagem da mesma.
A carteira de crédito do Itaú encerrou o mês de março em R$ 1,38 trilhão, 13,2% acima na comparação anual. Abaixo do resultado de dezembro que foi de 1,7%. A carteira de pessoas físicas aumentou 8,6% em 12 meses, com ênfase no crescimento do crédito imobiliário (16,7%), veículos (9,0% ) e crédito pessoal (7,8%).
O índice de inadimplência acima de 90 dias reduziu 0,4 ponto percentual entre janeiro e março em relação ao mesmo período de 2024, especialmente para a inadimplência da carteira de pessoas físicas, que encerrou o trimestre a 3,6%, o menor patamar da história, com redução de 0,6 ponto percentual no ano.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado subiu para 22,5% neste primeiro trimestre ante 21,9% no mesmo período de 2024, desempenho que preponderou os resultados do Santander (17,4%) e do Bradesco (14,4%).
J.AMARO