Frente ao mesmo mês de 2019, caiu 4,9%, segundo Monitor do PIB/FGV
A economia brasileira ainda está longe de voltar aos níveis antes da pandemia, que já estavam em patamares baixos. A pesquisa Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas (FGV) calculou um crescimento de 2,2% no mês de agosto em relação a julho. Em relação ao mesmo mês de 2019, a queda é de 4,9%.
No trimestre encerrado em agosto em relação ao trimestre encerrado em maio, houve uma variação positiva de 4,4%. Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda registrada é de 5,9%, com destaque para o consumo das famílias que caiu 6,7%, com o recuo de de 9,8% no consumo de serviços. E os investimentos (formação bruta de capital fixo) que tiveram queda de 4,2%, com recuo de 10,7% em máquinas e equipamentos.
“A economia continuou a apresentar crescimento em agosto (2,2%) mantendo a trajetória de recuperação observada desde maio. No entanto, o ritmo de retomada parece ter desacelerado após o expressivo crescimento de 4,6% da economia em junho. Apesar da melhora da atividade na comparação com os meses imediatamente anteriores, o desempenho com relação ao ano passado continua sendo negativo, com taxas menos negativas do que as observadas em abril e maio, quando o país estava na fase mais intensa das medidas de isolamento social”, diz Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB, em comentário sobre os resultados apresentados.
“É o setor de Serviços, particularmente de outros serviços (restaurantes, hotéis, etc.), fortemente atingido pelo distanciamento social, onde a recuperação é mais lenta. Certamente, a elevada incerteza quanto ao futuro da pandemia inibe uma recuperação mais robusta de todas as atividades”, completou o economista.
A pesquisa da FGV foi divulgada na segunda-feira (19) e assim como o índice de atividade econômica calculado pelo Banco Central (IBC-Br) são acompanhamentos paralelos à apuração oficial do Produto Interno Bruto (PIB) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além da lentidão e dos resultados nada expressivos, frente aos desafios à frente, o que temos aí de recuperação está oscilante, conforme Considera. “No entanto, o ritmo de retomada parece ter desacelerado após o expressivo crescimento de 4,6% da economia em junho”.
O ritmo e oscilação estão frontalmente contrários ao otimismo de proveta que o ministro Guedes quer “vender”, passando pela miragem de uma recuperação em “V”. Quando a recuperação acontece na mesma intensidade e velocidade da queda ocorrida.
Sua ansiedade na recuperação em “V” é a confissão de que a força da recuperação necessária teria que ser essa. Mas, o fim do auxílio emergencial vem aí e vamos ter um desemprego que poderá chegar a 20 milhões de brasileiros.
Como o capital estrangeiro não virá salvar a pátria, e visões estereotipadas e outras míopes insistem no Teto de Gastos entre outras crendices, impedindo investimentos públicos – único fator que pode virar o jogo – o impasse parece estar se colocando adiante.
J.AMARO