
“Setor de serviços, maior componente da economia, também apresentou estagnação no mês”, ressalta analista. Investimentos e consumo das famílias desaceleram
A atividade econômica ficou estagnada (0.0%) em fevereiro na comparação com janeiro, segundo o Monitor do PIB-FGV, na análise da série com ajuste sazonal. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, registrou crescimento de 2,7%. O acumulado em 12 meses até fevereiro ficou em 3,1%.
Segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, diz que apesar de alguns destaques positivos “há perda de força na economia, com retrações em componentes importantes do PIB”.
“A estagnação apresentada pela economia em fevereiro, em comparação a janeiro, deve-se a um conjunto de fatores. Os crescimentos registrados na indústria e nos investimentos são compensados por retrações no consumo, na agropecuária e nas exportações. O setor de serviços, por sua vez, ficou estagnado no mês, tal como o PIB”, ressaltou Juliana Trece.
O Monitor realisa análise gráfica dos componentes da demanda na série trimestral interanual “por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente”.
No trimestre encerrado em fevereiro, o consumo das famílias cresceu 2,7%. Segundo a analista, embora crescendo, desde o trimestre móvel findo em novembro de 2024 vem desacelerando “Esta redução do crescimento foi observada em todas as categorias de uso”.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – que representa investimentos em máquinas e equipamentos, construção civil, etc, – um dos componentes mais atingidos pelas elevadas taxas de juros, apresentou crescimento de 8,2% no trimestre findo em fevereiro, “embora permaneça com a tendência declinante observada desde o terceiro trimestre do ano passado. Essa desaceleração do crescimento foi disseminada”.

No mesmo período, a Exportação retraiu 2,8% por conta do desempenho negativo das exportações dos produtos agropecuários e da extrativa mineral e a Importação cresceu 15,2%.
O crescimento de 15,2% das importações no trimestre móvel findo em fevereiro mostra uma reversão da trajetória declinante que vinha sendo observada. “Isto deve-se ao expressivo aumento das importações de bens de capital, com destaque para as plataformas de exploração de petróleo”.
A taxa de investimento em fevereiro de 2025 foi de 19,4%, a mesma verificada em janeiro.