Monitor do PIB, divulgado pela FGV, repetiu o resultado de outubro, após cair -0,4% em setembro
A economia brasileira manteve-se estagnada em novembro, de acordo com o Monitor do Produto Interno Bruto (PIB) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que registrou uma variação de apenas 0,1% no mês frente ao mês anterior. Em outubro, o indicador também havia observado uma variação de apenas 0,1% em comparação com setembro, quando caiu -0,4%.
O Monitor do PIB-FGV é considerado uma “prévia” do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, calculado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que deve ser divulgado nos próximos dias.
A economista e coordenadora do Monitor do PIB – FGV, Juliana Trece, destacou os efeitos dos juros elevados sobre o setor de serviços, responsável por cerca de 80% do PIB.
“O setor de serviços tem mostrado tendência de desaceleração desde o segundo semestre, apresentou retração em novembro, após seis meses consecutivos de taxas positivas. É importante destacar o desempenho deste setor, pois ele tem sido responsável por cerca de 80% do crescimento do PIB de 2022. Os juros elevados combinado com o alto índice de endividamento das famílias contribuíram para essa desaceleração dos serviços”, manifestou Juliana Trece em nota.
O Monitor aponta que o consumo de serviços segue sendo o principal responsável por esse crescimento do consumo das famílias, embora em nível menor que observado anteriormente, destacando a “desaceleração do ritmo de crescimento foi observada em todos os componentes do consumo”. O consumo de semiduráveis caiu -9,6% no trimestre.
IBC-BR
Outro indicador de “prévia” do PIB, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado na última sexta-feira (13), apontou para um quadro pior, queda do PIB de 0,55% em novembro na comparação com o mês anterior. Sendo o quarto mês seguido de recuo do índice e a contração mais forte desde a queda de 1,2% ocorrida em agosto.
Afastando as diferenças de metodologias dos indicadores de prévias, o fato é que a economia brasileira está em desaceleração desde o segundo semestre de 2022, sob os efeitos do aperto monetário causado pelos juros (Selic), de 13,75% ao ano, que está causando estragos em todos os setores produtivos, derrubando o consumo de bens pelas famílias e elevando o endividamento e a inadimplência, além de agravar as dívidas e inibir os investimentos das empresas.
Em novembro, as vendas do comércio varejista recuaram -0,6%, na comparação com outubro. A produção industrial brasileira caiu -0,1% na passagem de outubro para novembro. O setor de serviços – que com a retomada das atividades de mobilidade, após pandemia, ainda apresentava variações positivas, ficou no zero, 0% de crescimento na comparação com o mês de outubro, mês que registrou recuo de -0,5%, conforme dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).