Em entrevista à Rádio Independência, o economista Nilson Araújo de Souza analisou os dados sobre o desemprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na média do ano de 2017, este número chega a 13,2 milhões de desempregados. “É uma situação que já vinha de antes. Agravou-se em 2015 e 2016 e em 2017, quando o governo ficou alardeando que a economia tinha saído do buraco. No entanto, o desemprego continuou elevado, na indústria, na construção civil. Deu uma melhorada no setor agrícola, em função da supersafra, mas, na indústria o emprego seguiu caindo”, disse.
“Os dados demonstram que o governo está fazendo propaganda enganosa. Fica dizendo que o país já saiu do buraco, que a situação melhorou. No entanto, os dados do IBGE mostram que a situação não está melhor. O Brasil segue com a economia lá embaixo, o desemprego alto. A taxa média de desemprego de 2017 foi de 12,7%. A taxa média de 2016 foi de 11,5%. Então, aumentou a taxa de desemprego na média do ano”. De acordo com a PNAD Contínua, 12,3 milhões de pessoas está na população desocupada entre outubro e dezembro de 2017. Segundo o economista, os dados mostram que o desemprego segue sendo uma “calamidade pública e enquanto a economia não voltar a crescer de maneira sustentável, o desemprego vai continuar elevado”.
“No último trimestre do ano passado diminuiu um pouco a taxa de desemprego. Mas que nível de emprego aumentou? O emprego precário, o emprego sem carteira assinada. O chamado emprego informal, a pessoa que faz bico. Isso aumentou, mas o emprego com carteira assinada caiu pelo terceiro ano consecutivo, caiu em 2015, caiu em 2016 e caiu no passado”, acrescentou. A pesquisa do IBGE aponta que entre 2014 e 2017 nada menos que 6,5 milhões de trabalhadores foram desempregados, no rastro do “ajuste fiscal“ de Dilma/Levy e Temer/Meirelles: “Na verdade, nesses três anos duplicou a quantidade de pessoas desempregadas no país. Saiu de mais de seis milhões em 2014 para 12,3 milhões no ano passado (dado do último trimestre do ano).
Conforme Nilson Araújo, para o país crescer tem de haver investimento público. “A realidade já revelou, na história de vários países, que quem alavanca o investimento geral é o investimento público, é o investimento do Estado. O que ocorreu no ano passado? O investimento do governo, excluindo as estatais, caiu cerca de 30%. Saiu de R$ 65 bilhões em 2016 para R$ 45 bilhões em 2017, uma queda violenta. Caiu por quê? Não porque o governo não tivesse dinheiro para investir. O governo tinha dinheiro para investir. Só que ao invés de investir em atividade produtiva e no bem-estar da população e na geração de emprego, colocou o dinheiro no bolso dos banqueiros e demais rentistas”.
Ele destacou que mesmo com a redução nominal da taxa de juros básicos, a taxa real de juros continua muito alta. “No ano passado, o volume pago pelo governo pelos encargos da dívida foi gigantesco, cerca de R$ 400 bilhões. Só para fazer uma comparação, o que se gastou com Saúde foi R$ 120 bilhões. R$ 120 bilhões previstos no Orçamento, mas foram cortados R$ 17 bilhões. Então você destinar R$ 400 bilhões para os banqueiros, vai faltar recursos para saúde, educação e demais setores”, destacou.
Neocapitalismo de John Maynard Keynes: sistema monetário ou rentista em substituição do tipo industrial ou empreendedor, dinheiro empregado para produzir juros, sistema de banqueiros, dinheiro sem lastro.
Keynes não tem nada a ver com isso, leitor. Afinal, ele era a favor da “eutanásia do rentista”.
Neocapitalismo de John Maynard Keynes: social democracia
É um engano, leitor. A social-democracia existe há muito mais tempo que o keynesianismo. Hoje, aliás, ela é, sobretudo, neoliberal,