O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou nesta sexta-feira (13) que o Egito aceitou receber os brasileiros que querem sair da Faixa de Gaza.
A população confinada na região deve sair neste sábado (14) pela passagem de Rafah, na fronteira entre a parte sul de Gaza e o Egito, informou o chanceler brasileiro.
“[Os cidadãos brasileiros] sairiam neste ônibus, que os transportará amanhã [sábado]. O que nós propusemos é que saíssem e fossem levados para um aeroporto, uma localidade muito próxima da fronteira, onde um avião da Força Aérea Brasileira, estará esperando”, disse Mauro Vieira em entrevista coletiva após a reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O governo brasileiro contratou ônibus para transporte dos brasileiros até a fronteira egípcia e aguardava a liberação pela passagem de Rafah pelo país africano.
O governo criminoso de Israel deu prazo para a retirada de mais de 1 milhão de pessoas da parte norte da Faixa de Gaza. O prazo terminou à 0h local (18h no horário de Brasília). Uma reedição da “Nakba” – a expulsão dos palestinos de seus lares em 1948 – “no prazo de 24 horas”.
Além disso, a ditadura israelense também ordenou a evacuação do pessoal da ONU na cidade de Gaza, o que forçou a organização a transferir seu centro de operações para o sul do enclave.
Na segunda-feira, ao anunciar o cerco total, o ministro da defesa israelense, Yoav Gallant, declarou que Gaza “não receberia eletricidade, nem alimentos, nem água, nem combustível”. O que foi prontamente denunciado como crime de guerra.
Na represália genocida ao ataque surpresa do Hamas no dia 7, Israel vem bombardeando Gaza há sete dias, com mais de 1800 palestinos mortos e 6.000 feridos, milhares de casas, prédios e até escolas e mesquitas atingidos, ruínas por toda parte, os hospitais perto de virarem necrotério por falta de água, remédios e combustível para manter os geradores de emergência funcionando.
Após a reunião do Conselho de Segurança da ONU, o ministro Mauro Vieira condenou a violência do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas e fez um apelo para a criação de um corredor humanitário que permita a evacuação da população civil. “Ao final, após pedido de membros do Conselho de Segurança, o Brasil vai continuar a trabalhar continuamente com todas as delegações visando uma posição unificada do conselho para a situação”, afirmou o chanceler.
Mauro Vieira declarou que o Brasil, que preside temporariamente o Conselho de Segurança das Nações Unidas, vai se esforçar para evitar uma catástrofe humanitária. “O objetivo imediato é claro e urgente: prevenir mais derramamento de sangue e perda de vidas e tentar garantir acesso humanitário urgente para as áreas mais atingidas”, afirmou.