Eike Batista fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e disse que fez operações ilegais no mercado financeiro com os bancos JP Morgan, Goldman Sachs, BTG Pactual, Itaú BBA, Morgan Stanley e Credit Suisse.
De acordo com o jornal O Globo, Eike entregou à PGR que fez operações com os bancos através de uma ferramenta do mercado financeiro chamada “P-note”, as quais ele negociava fora do Brasil anonimamente.
O uso de informações privilegiadas no mercado financeiro é crime.
Dessa forma, Eike usava das informações que tinha como dono das empresas para sair favorecido nas negociações. As operações ilegais, que chegam a somar R$ 1 bilhão, foram feitas no auge e no declínio de Eike.
Segundo o jornal, Eike citou os nomes dos diretores dos bancos que o ajudavam no crime.
Com a delação premiada, Eike deverá pagar R$ 800 mil de multa e cumprir quatro anos de pena, um em regime fechado (descontando o tempo que já passou preso), dois em semiaberto e um ano em prisão domiciliar.
O valor pago na multa será usado em ações na contenção ao coronavírus.
Os recursos que retornarão aos cofres públicos serão destinados, de forma prioritária, para ações de saúde contra a disseminação do coronavírus.
Eike, que já foi tido como o homem mais rico do Brasil e sétimo do mundo, foi chamado pela ex-presidente Dilma Rousseff de “empresário padrão”.
Ele já foi condenado a 30 anos por ter pago R$ 52 milhões em propina ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, para que suas empresas fictícias fossem beneficiadas em contratos com o governo estadual.
O ex-empresário também foi condenado a 8 anos e 7 meses por suas trapaças no mercado financeiro, quando passava informações falsas para os acionistas para se beneficiar.