
O ex-presidente Lula (PT) disse que Jair Bolsonaro está tentando transformar o Bicentenário da Independência em uma “coisa pessoal dele”, deixando de lado o interesse de todo o país.
Em reunião com a coordenação de sua campanha, na terça-feira (6), Lula criticou o uso da máquina pública por parte de Jair Bolsonaro para a campanha eleitoral. Além dos benefícios e pagamentos feitos apenas até dezembro, Bolsonaro usou a comemoração do 7 de setembro para fazer campanha.
“Se juntar todos os presidentes da República, ninguém, nem todos juntos conseguiram utilizar a máquina em benefício da sua campanha como está sendo usado nesse governo”, disse Lula para dirigentes dos partidos que integram a Coligação Brasil da Esperança, em São Paulo (SP).
O ex-presidente é candidato pela Federação Brasil da Esperança – FE Brasil (PT, PCdoB e PV) e mais PSB, PSOL, REDE, Solidariedade, Avante, Agir e Pros que integram a coligação que o apoia.
Bolsonaro está “tentando utilizar a máquina pública, inclusive, agora, usurpando o 7 de setembro do povo brasileiro para ser uma coisa pessoal dele, tratando o 7 de setembro como se fosse uma coisa dele”.
“O 7 de setembro é a comemoração de uma festa de interesse de 215 milhões de brasileiros porque, afinal de contas, é a Independência do nosso país”, continou.
“Ele poderia ter tido a grandeza de fazer uma grande festa para o povo brasileiro participar da Independência. Não, mas ele resolveu fazer para ele, é dele. Ele, que já disse, ‘as minhas Forças Armadas’, agora está dizendo ‘a minha Independência’. É triste, mas é assim”, apontou o ex-presidente.
“O povo brasileiro é mais sabido do que ele. O povo brasileiro não se submeteu a ser marionete, a ser como se fosse um rebanho a ser tangido pelas mentiras de um presidente da República. O povo continua muito fiel, querendo mudanças nesse país e querendo fortalecer a democracia”, completou.
Lula publicou em suas redes sociais um vídeo do Hino Nacional cantado em comícios que realizou em todo o país, enquanto mostra imagens da bandeira e bandeirões do Brasil que foram estendidos nos atos.
ENDIVIDAMENTO
Lula também declarou na reunião que a prioridade é a renegociação das dívidas das famílias brasileiras.
“Não basta ganhar as eleições e dizer que vai aumentar as condições de salário das pessoas, a renda das pessoas. Nós vamos ter que, num primeiro momento, ter a coragem de criar as condições para negociar essas dívidas, seja com os empresários do setor de varejo, seja com as prefeituras e os estados, no gás e na luz, ou com os bancos”, disse ele.
“Se a gente não resolver a dívida das pessoas, essas pessoas estarão impossibilitadas de continuar consumindo qualquer coisa nesse país. E se o povo não tem poder para consumir, a economia não cresce, a loja não fabrica, o povo não compra”, explicou.
Com os dados de endividamento das famílias no Brasil, Lula lembrou que, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio, o endividamento alcançou o recorde de 79% das famílias no país. Desse total, 29,6% estão com dívidas em atraso e 10,8% das famílias afirmam que não terão condições de pagar as suas dívidas.
Há uma ano, o percentual das famílias endividadas era de 72%. Entre as mulheres, o percentual de endividadas chegou a 82%, sendo que há 12 meses o percentual era 74%. Entre as famílias endividadas, a maior parte da dívida é no cartão de crédito, com mais de 85% das famílias endividadas nessa modalidade, cujos juros ultrapassam 400% ao ano.
“O povo quer resolver o problema da sua dívida. O povo quer resolver o problema do seu desemprego. O povo quer resolver do problema de acabar com a economia informal, porque ele quer ser cidadão pleno, quer voltar a sorrir e a comer nesse país”, concluiu.
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