O governo federal, por meio do ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, informou que irá manter o leilão de privatização da Amazonas Energia, agendado para essa quinta-feira, dia 25.
A decisão passa por cima do Senado Federal que rejeitou, por 34 votos a 18, o PLC 77/2018, que permitiria a privatização de seis distribuidoras de energia controladas pela Eletrobrás. “O leilão da Amazonas está marcado, a decisão de manutenção da data permanece. Nós vamos agir da mesma maneira que agimos com relação às outras todas distribuidoras que estão em processo de preparação para a assinatura de contrato”, disse o ministro.
A privatização do setor de energia, que o candidato a ministro de Bolsonaro, Paulo Guedes, afirmou que levará a cabo caso seja eleito, tem um histórico desastroso para o país, como afirmou Roberto Pereira D’Araujo, engenheiro do Instituto Ilumina.
“No ano 2001 tivemos um racionamento recorde no planeta, devido muito mais à falta de investimento do que ao culpado preferido, S. Pedro. A consequência era óbvia, pois o Brasil anunciava ao mundo que ia vender todas suas usinas prontas e faturando. Uma estratégia altamente arriscada, pois, além de superestimar o fluxo de capital, promovia uma verdadeira liquidação de ativos com evidente efeito sobre o preço desses ativos. Que capital não entende esse recado? Construir usinas? É melhor comprar prontas.
O quadro geral é ainda pior, pois, além das 26 empresas do setor, vendemos toda a siderurgia, toda a telefonia, a petroquímica, a mineração, bancos e outras atividades com uma arrecadação total de US$ 105 bilhões. A dívida pública que era de 32% do PIB no início do governo FHC salta para 74% ao final. A carga tributária sobe de 30% para 37%. Essa trajetória é de difícil explicação e está ausente dos debates presidenciais”.
Mesmo após ter anunciado a decisão de manter a privatização, o próprio governo já avalia a possibilidade de fracasso. De acordo com o presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Junior, caso a privatização não se concretize, a Eletrobrás irá liquidar a distribuidora de energia, encerrando as operações da empresa, ameaça o governo.