
“A piora da situação financeira e da confiança começou logo após o início do ciclo de elevação da taxa de juros”, aponta a entidade. Queda no 1º trimestre é quase o dobro do anterior
Os juros elevados agravaram a situação financeira das pequenas indústrias pelo segundo trimestre consecutivo, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta terça-feira (6).
“A piora da situação financeira e da confiança começou logo após o início do ciclo de elevação da taxa de juros. Até então, o setor apresentava dados bastante positivos, com demanda e atividade aquecidas, mas isso foi se enfraquecendo desde o fim do ano passado”, afirmou o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Na passagem do 4º trimestre de 2024 para o 1º trimestre de 2025, a avaliação dos empresários sobre as finanças, margem de lucro operacional e acesso ao crédito caiu 1,4 ponto, de 42 pontos para 40,6 pontos.
O indicador que mede a avaliação dos empresários sobre as finanças, margem de lucro operacional e facilidade de acesso ao crédito caiu 1,4 ponto, de 42 pontos para 40,6 pontos. A queda observada na pesquisa é quase o dobro da anterior. O indicador vai de 0 a 100. Quanto menor, pior é a avaliação da situação financeira pelas pequenas indústrias.
Assim como a situação financeira, o desempenho das pequenas indústrias caiu no 1º trimestre de 2025, em relação ao trimestre anterior. O indicador recuou 2,1 pontos, passando de 46,8, pontos para 44,7 pontos.
Em abril, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) recuou de 46,5 pontos para 45,6 pontos. O ICEI ficou abaixo dos 50 pontos pelo quinto mês consecutivo, sugerindo que os empresários do segmento estão sem confiança. Desde outubro do ano passado, o indicador acumula perda de 6,4 pontos.
Entre as indústrias de pequeno porte da construção, a lista dos principais problemas é liderada pelas altas taxas de juros, apontada por 39% das empresas. Em seguida, vêm carga tributária elevada (29,7%) e demanda interna insuficiente (23,7%).
Assim como no caso das indústrias de transformação, a preocupação com a demanda interna insuficiente foi o problema que mais cresceu entre as empresas da construção. Demanda essa que tem sido propositalmente contida pelas altas taxas de juros, orquestrada pela Selic turbinada pelo Banco Central. Antes, figurava na nona colocação do ranking.