No acumulado de janeiro a outubro, as queimadas em 2020 na Amazônia são as maiores desde 2010 e no Pantanal são as maiores já registradas, aponta o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Desde o começo do governo Bolsonaro a destruição do meio ambiente tem aumentado. O número de focos de incêndio na Amazônia cresceu mais de 30% de 2018 para 2019, quando foram 89.176.
Somente até o fim de outubro, o ano de 2020 já superou esse número e foi para 93.356. Foi o pior mês de outubro registrado pelo instituto: 2.856 focos de incêndios durante os 31 dias.
No Pantanal, todos os recordes foram batidos. Durante 2020, o Inpe registrou o maior número de focos de incêndio desde o começo da série histórica, que começou em 1998.
No total, foram 21.115 focos de incêndio até o dia 31 de outubro.
A maior marca anual anterior era de 2012, quando foram 12.486.
As chamas consumiram 28% do bioma, afirma o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O governo Bolsonaro, com seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, nada tem feito para impedir as queimadas.
Na verdade, por falta de recursos, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) determinou que todos os agentes de campo, inclusive os de combate às queimadas, voltassem para suas bases. Dias depois, voltaram às atividades com a promessa de mais repasses financeiros.
Além disso, o governo está mantendo paralisados, desde 2019, R$ 2,9 bilhões do Fundo Amazônia, que deveriam estar sendo utilizados na preservação do meio ambiente.
Para Mariana Napolitano, da ONG ambientalista WWF-Brasil, “com a taxa de desmatamento aumentando nos últimos anos, o governo tem ignorado os alertas dos pesquisadores: desmatamento e incêndios florestais andam juntos”.
A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), acredita que Ricardo Salles foi colocado no Ministério não para proteger o meio ambiente, mas para destruí-lo. “Não faz nenhum sentido para os interesses estratégicos do país esse projeto do governo de aniquilar a agenda ambiental no Brasil”, afirmou.