Em assembleia, nesta quarta-feira (7), os trabalhadores dos Correios aprovaram greve por tempo indeterminado a partir das 22h. De acordo com a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (Findect), a decisão veio após a empresa apresentar uma proposta tardia no final da tarde, que não atende às demandas da categoria trabalhadora. “A proposta inclui um reajuste salarial somente para 2025 e não oferece uma resposta conclusiva e concreta em relação ao plano de saúde”, diz a entidade em comunicado.
O encontro ocorreu na quadra da escola de samba Unidos do Peruche, na Zona Norte da capital paulista, e contou com participação expressiva da categoria, reunindo mais de 5 mil trabalhadores. “A mobilização de hoje é um sinal claro de que a categoria está unida e determinada. Não aceitaremos propostas que não atendam às nossas necessidades básicas e não confiaremos em quem não cumpriu acordos passados. Nossa greve é uma ferramenta essencial para garantir que nossos direitos sejam respeitados e atendidos”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo (Sintect-SP), Elias Diviza.
Presente na atividade, levando a solidariedade dos trabalhadores da educação, o presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), Claudio Fonseca, destacou que há interpretações erradas sobre o papel da greve por parte de alguns setores, inclusive do campo progressista. “Há aqueles que acham que a greve enfraquece o governo Lula. Muito pelo contrário, o governo Lula é um governo em disputa e o próprio Lula sinaliza que os trabalhadores têm que se organizar, têm que pressionar para ter conquistas. Assim se fortalece a democracia”, disse.
“Se elegemos esse governo, não foi para ter na direção da empresa alguém que negue as reivindicações dos trabalhadores. Nós vemos os banqueiros se mexendo para ter taxa de juros lá em cima, o agronegócio querendo incentivos fiscais, querendo tirar direito dos trabalhadores e eles pressionam os deputados, os senadores e têm seus lobbys. O maior lobby dos trabalhadores é a categoria organizada e em greve para ter conquistas, para arrancar direitos. Por isso temos que ter a certeza de que estamos no rumo certo!”, completou Claudio.
Durante seu informe, Diviza explicou que após 72 dias, a direção da empresa pediu mais uma semana para “acertar o convênio médico”. “Se não resolveu em 72 dias, vai resolver em uma semana?”, indagou.
Diviza destacou ainda que o que a categoria exige “melhores condições de trabalho, um aumento decente e avançar nas conquistas dos trabalhadores. O que tivemos ano passado foi a retomada do que já era nosso [retirado durante o governo Bolsonaro], agora que devem vir os avanços. Se querem evitar a greve, dê o que a gente quer”.
Isso mesmo, chega de ficar só na simpatia,nossas necessidades no básico e urgente não podem ser negligenciada.