
A União Nacional dos Estudantes, em seu 60º Congresso, que acontece até o próximo domingo, realiza um ato político na manhã nesta quinta-feira (17), reunindo milhares de estudantes com o presidente Lula, ministros e parlamentares.
No início do ato, a entidade apresentou as reivindicações dos estudantes em uma carta lida ao presidente, apontando medidas essenciais para o avanço da Educação e do desenvolvimento do país. O documento ressalta os recentes avanços no setor, como a renovação da Lei de Cotas, a aprovação do PNAES (Política Nacional de Assistência Estudantil) como política permanente, a retomada de obras nas universidades pelo PAC e a criação de 100 novos Institutos Federais. “Com a nossa vitória do Projeto Popular em 2022, inauguramos uma agenda de reconstrução da educação”. Os estudantes também destacaram o marco regulatório do ensino a distância e lembraram que grande parte da juventude universitária presente só chegou ao ensino superior graças a políticas como o Prouni, o Reuni e as cotas raciais e sociais.
Na carta, estudantes afirmaram também que o momento atual exige mais do que reconstrução. “Acreditamos que estamos diante de um cenário muito peculiar e singular da nossa história. Há uma nova escalada da ofensiva do imperialismo no nosso país, e são nesses momentos que o papel dos estudantes se agiganta. Queremos dizer que, diante das ameaças e chantagens do presidente dos Estados Unidos, nós erguemos alta a nossa bandeira do anti-imperialismo e de defesa da nossa soberania. Nós sabemos do potencial e do papel estratégico que o Brasil pode jogar no mundo”.
E “para enfrentar extrema-direita”, é preciso “colocar o rico no imposto de renda e o pobre no orçamento”. Da mesma forma, ressaltam os estudantes, “depois de anos de desmonte e ataques à educação, nós precisamos de mais avanços. Não podemos conceber um projeto de país que coloque regras tão rígidas como a do arcabouço fiscal no orçamento para a Educação. Pelo contrário, é necessário que nós avancemos na autonomia universitária, garantindo um orçamento fixo para as universidades federais, para que essas instituições não fiquem na instabilidade e com o pires na mão diante de momentos de crise”.
“A educação é um importante instrumento para que o nosso país se realize como uma nação soberana e desenvolvida. Ainda temos um longo caminho a percorrer para superar as nossas mazelas e desigualdades que são históricas. Não há como pensar em um Brasil do futuro com a educação, ciência, saúde e os direitos sociais dentro do arcabouço fiscal”.
“Para vencer a extrema direita das fake news, da concentração de renda, da destruição, nós precisamos retomar o papel do Estado, apontando amplos investimentos nessas áreas e travando a batalha ideológica com o povo. Presidente Lula, os desafios, eles são muito grandes. Nossos inimigos são poderosos e sem escrúpulos, colocam o lucro acima da vida”.
“Mas já dizia o poeta mineiro Guimarães Rosa: o que a vida quer da gente é coragem. E nós, presidente, somos um povo brasileiro, um povo que não se dobra, um povo que já travou tantas lutas para ter o direito de escrever a nossa própria história. Não somos um povo submisso. Somos um povo da coragem e da solidariedade internacional, da luta e da festa, da alegria e da resistência, do futebol e da revolução”.
“É na luta e na rua que a gente se encontra para construir um país do tamanho dos nossos sonhos e é com a diversidade de sotaques presentes aqui nesse plenário que nós vamos cantar bem alto. Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor. Com muito orgulho, com muito amor”, entoaram os estudantes ao final da leitura da carta.
No vídeo abaixo, o evento ao vivo: