A Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval, representantes de trabalhadores marítimos, de estaleiros e marítimos, como a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), e o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, se reuniram no último dia 29 com o presidente em exercício na ocasião e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, além de representantes do empresariado, para tratar da retomada da indústria naval brasileira.
“Estamos interagindo na construção de uma nova política, que pode ser esboçada por projeto de lei (PL) ou por alguns PLs que, na soma, tornem essa indústria mais competitiva e com condição de disputar contratos de forma menos desigual do que se tem hoje”, disse o presidente da Frente, deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), ao avaliar que a audiência foi muito produtiva, com a apresentação de sugestões que vêm sendo debatidas desde a criação da Frente no ano passado e outros importantes grupos ligados ao setor.
“Atuaremos de forma muito intensa nos primeiros seis meses do ano, na expectativa de que possamos contribuir com debate e com uma política robusta que recoloque o país num patamar que a indústria possa gerar em termos de tecnologia, postos de trabalho e soberania nacional”, afirmou Lindenmeyer.
“Estamos unidos com os setores da sociedade brasileira para lutar pela retomada do crescimento da indústria naval brasileira. Essa pauta é uma das prioridades da FUP, e também do presidente Lula. Por isso, essa reunião com o Alckmin foi importante, pois precisamos mobilizar o governo federal para ajudar no desenvolvimento deste setor no país”, avaliou o presidente da FUP, Deyvid Bacelar.
Na audiência, Alckmin sugeriu o pré-agendamento de uma nova reunião, em abril, para dar prosseguimento ao debate. Alckmin anotou os temas centrais apresentados para serem levados pelo MDIC ao Ministério da Fazenda, Casa Civil, Congresso e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Viemos aqui buscar o que o presidente Lula defende desde o primeiro mandato, que é fazer navios no Brasil, para gerar emprego e renda e colocar o setor marítimo nas mãos dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras”, disse o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci.
De acordo com o presidente do Sinaval, Fábio Vasconcellos, a reunião foi muito positiva, mas ele cobrou uma maior convergência do discurso feito por parte do governo com as ações efetivas que estão sendo tomadas. “Não foi colocada encomenda pela Petrobrás e pela Transpetro. Há necessidade de convergência das ações com o discurso feito com o lançamento do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]”, defendeu.
De acordo com Vasconcelos, na reunião, todos tiveram a oportunidade de se manifestar e “trazer alguns exemplos de outros países e algumas questões relativas ao FMM [Fundo da Marinha Mercante], à produtividade dos estaleiros, bem como políticas de outros países com indústria naval forte e cujos governos ajudam estaleiros, como na Coreia, China, EUA e Reino Unido”, disse.
