
Um país que usa o mar para exportar e importar não pode ser um país que não produz navios, disse o presidente
O presidente Lula destacou, durante o ato de reabertura do porto de Itajaí, em Santa Catarina, que a indústria naval brasileira já foi a segunda maior do mundo, na década de 1950, e foi destruída por “governos irresponsáveis”.
“Tivemos que reconstruir a indústria naval. Quando assumi o governo em 2003 o setor só tinha três mil trabalhadores e quando saímos em 2010 eram 86 mil trabalhadores”, afirmou Lula.
“Vieram governos que só sabiam destruir o que foi construído”, disse Lula. “Fecharam os estaleiros e o Brasil parou de produzir navios”, denunciou. “Agora estamos com cerca de 30 mil trabalhadores. Perdemos mais de 30 mil empregos”, prosseguiu o presidente, ao anunciar investimentos nos estaleiros e no porto. Ele anunciou investimentos de R$ 844 milhões para o Porto de Itajaí e de encomendas de navios da Petrobrás aos estaleiros do estado.
“Um país que tem quase todas as suas exportações feitas pelo mar, não pode ter déficit nos transportes marítimos”, destacou o presidente. Um país que tem uma empresa como a Petrobrás, tem que ter navios petroleiros. “Por que temos que continuar pagando fretes para exportar e importar?”, indagou.
“Por que não temos navios brasileiros, com trabalhadores brasileiros e bandeira do país navegando pelos mares do mundo? Por que somos obrigados a contratar na China, em Singapura ou na Coreia?”, prosseguiu o presidente, reafirmando que o Brasil, se ele quiser, pode ser grande país. “Ele pode ser grande porque ele já foi mais importante” disse Lula.
“Esse país já cresceu economicamente mais. Mas houve um momento em que as pessoas deixaram de acreditar e passaram a dizer que o Brasil não precisaria mais ter indústria”, criticou. “Nó voltamos a investir porque uma nação é composta de indústria, é composta de transporte marítimo, pela criação de animais, mas sobretudo uma nação é composta pela qualidade de vida do povo que habita esta nação”, apontou o presidente.
“Podemos crescer. Quando eu deixei o governo em janeiro de 2010, a economia crescia a 7,5%. Nós tínhamos gerado 22 milhões de empregos, a massa salarial tinha crescido, o salário mínimo tinha crescido e as pessoas estavam vivendo num país que era considerado o mais alegre e com mais esperança no mundo”, lembrou Lula. “Em 2010 produzíamos 3,5 milhões de carros por ano. Eu voltei 15 anos depois e o país estava produzindo 1,6 milhão de carros”, denunciou.
“O país regrediu porque a elite desse país tem complexo de vira-lata, ela acha que sempre o país tem que depender dos outros. Nós achamos que uma nação é construída sobretudo pelo orgulho do país que a gente tem. Este país tem muito para que a gente se orgulhe. Este país tem na Petrobrás uma das mais importantes empresas de petróleo do mundo e certamente a que tem mais tecnologia em pesquisa de águas profundas do mundo”, prosseguiu Lula.
Os aportes de investimentos anunciados pelo governo serão para modernizar e ampliar a capacidade da estrutura, que está sob gestão federal desde janeiro de 2025. Os investimentos têm como foco a segurança, eficiência logística e ampliação da capacidade portuária.
Lula terminou seu discurso afirmando que os investimentos estão só começando e que vai voltar outras vezes a Santa Catarina. “Este é o ano da colheita e eu estou aqui colhendo o desenvolvimento de Itajaí, de Navegantes, colhendo os investimentos em Santa Catarina, e não será a última vez que eu venho aqui. Podem ficar certos, que a gente tem muita coisa para fazer para esse país e para esse estado”, ressaltou Lula.