O sargento do Exército, que está na ativa, Luan Ferreira de Freitas Rocha, participou no dia 14 de maio de uma transmissão ao vivo com o deputado federal bolsonarista Major Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo Bolsonaro na Câmara até 2020.
O deputado Major Vitor Hugo estava fazendo uma live respondendo perguntas de seus apoiadores e decidiu chamar Luan Ferreira de Freitas Rocha para participar. Luan não escondeu que é militar da ativa.
Ferreira Freitas é 3.º sargento de Material Bélico da ativa e trabalha na Companhia de Comando da 15.ª Brigada de Infantaria Mecanizada, em Cascavel (PR).
Na transmissão, Luan reclamou dos comandantes e da reforma da previdência dos militares que fez com que o tempo de permanência no posto de terceiro-sargento aumentasse e propôs a criação de um nova hierarquia. Vitor Hugo balança a cabeça concordando com as reclamações do sargento. Vitor Hugo, além de concordar, diz que os praças são prejudicados: “10 anos é muito tempo, né?”.
Temas como esse deveriam ser tratados diretamente entre o Comando do Exército e o Ministério da Defesa.
Na live, o deputado Major Vitor Hugo diz que levará as reclamações do militar diretamente para Jair Bolsonaro. “Vou falar com o presidente, pois você sabe, isso depende do presidente”.
Também em maio, o general da ativa e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, participou de uma manifestação com Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro. No ato, Pazuello subiu no caminhão de som e discursou.
O Estatuto das Forças Armadas e o Regulamento Disciplinar do Exército dizem explicitamente que militares da ativa não podem participar de manifestações políticas.
Na quinta-feira (3), o Comando do Exército anunciou que não vai punir Eduardo Pazuello por ter participado e discursado na manifestação bolsonarista no Rio de Janeiro, em maio.
O Comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, aceitou a argumentação de Eduardo Pazuello e de Bolsonaro de que a manifestação não tinha “viés político” e era apenas um passeio.