Aumento que entrou em vigor nesta segunda-feira atinge 24 municípios, incluindo a capital e cidades da Grande SP
Em meio a carestia dos preços dos alimentos e demais itens do dia a dia, a conta de energia dos consumidores de São Paulo passa a ficar 12,04%, em média, mais cara a partir desta segunda-feira (4).
Na semana passada (28), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com o aval de Bolsonaro, autorizou o aumento da conta de luz da Enel Distribuição São Paulo (Enel SP), sendo 10,01% para consumidores residenciais, 18,03% para os consumidores de alta tensão com grande demanda de energia (como indústrias), e de 10,15% para os consumidores de baixa tensão (em geral residências e pequenos negócios) – todos em média.
O aumento atinge 24 municípios, incluindo a capital paulista e cidades da Grande SP. No caso das 303 cidades do interior atendidas pela CPFL, não há reajuste.
O aumento é mais um afano ao bolso dos paulistas, que junto com os demais brasileiros que sofreram aumentos nas suas contas de luz este ano, estão sendo esfolados pela inflação generalizada dos preços e pela queda da renda dos salários, além do desemprego que atinge 10,6 milhões de pessoas.
Neste quadro, as famílias estão tendo que escolher se comem ou se pagam as contas. Levantamento feito pela Enel SP aponta para um aumento de quase 77% nos pedidos de negociação e parcelamento de dívidas com contas de energia nos cinco primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
Conforme os números da Enel, ainda, considerando todos os Estados atendidos pela empresa (São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Ceará), a média de alta no número de consumidores que não tiveram como pagar as contas e recorreram à negociação de dívidas foi de 50% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com a Enel, mais de 193 mil pessoas pediram negociação este ano, algumas delas, depois de terem o fornecimento de energia suspenso em suas residências.
CESTA BÁSICA DO PAULISTANO ULTRAPASSA O SALÁRIO MÍNIMO
Com o aumento na conta da luz sobra menos recursos para os alimentos que estão com os preços nas alturas O preço médio da cesta básica do paulistano que no final de abril (29/04) era de R$ R$ 1.209,71 passou para R$ 1.226,12 no encerramento de maio, superando o valor do atual do salário mínimo de R$ 1.212,00, segundo levantamento mensal feito pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisas do Procon-SP em convênio com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).