Em meio à crise de segurança em São Paulo, depois que na última sexta-feira (8), um tiroteio na área de desembarque do Aeroporto Internacional de Guarulhos, o mais movimentado do país, matou um delator de lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC), o secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, tem viagem marcada para Nova York, neste domingo (10).
Derrite vai sair do país no momento em que há uma crise provocada pelo assassinato de um empresário que delatou o PCC nas imediações do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
A Polícia Federal abriu, de ofício, um inquérito para investigar o caso. A investigação será realizada de forma integrada com a Polícia Civil de São Paulo. Há suspeita de envolvimento de policiais no crime. As corregedorias das polícias Civil e Militar de São Paulo apuram.
O secretário deve ficar cerca de uma semana no exterior. Ele tem presença confirmada em um evento internacional sobre segurança pública que acontecerá na Universidade de Columbia entre 11 e 15 de novembro. O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Artur Dian, também tem presença confirmada.
O Collaboration and Integrated Policies for Public Security 2024 é um evento organizado pela Comunitas, uma organização da sociedade civil brasileira. Também estão na relação de confirmados para a conferência secretários de outros Estados, prefeitos, deputados e empresários.
A Polícia Federal elencou argumentos para que a investigação sobre o caso saia do âmbito estadual. Entre os pontos, o fato de o crime ter sido no perímetro do maior terminal aeroportuário do País, o impacto causado na dinâmica de funcionamento do aeroporto e a repercussão interestadual das consequências do homicídio.
A secretaria informou que o homicídio “é investigado com rigor pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que iniciou as diligências logo após o fato para elucidar o crime”. “A unidade policial tem total autonomia para conduzir as apurações e prender os envolvidos”, disse, em nota.
Em relação ao crime, a ação foi encomendada pelo PCC, coroando um ano de 2024 no qual o crime organizado atingiu um novo patamar no Brasil. Vide os tentáculos do PCC na política. No estado de São Paulo, 12 candidatos ligados ao crime organizado foram eleitos, dez vereadores e dois prefeitos, de acordo com dados de órgãos de inteligência reportados ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).
No total, 70 pessoas com relação ao grupo criminoso concorreram nas eleições, segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo.