O cinismo é tanto que ele afirmou, na live desta quinta-feira (4), que o Brasil é “o país do mundo que mais está vacinando contra a Covid-19”. Já há quem pense em impedimento por insanidade
Jair Bolsonaro está cometendo crimes diários contra a vida dos brasileiros ao advogar a favor do vírus. Em sua live semanal, gravada no Palácio da Alvorada, nesta quinta-feira (4), ele deu risadas da situação dramática vivida pela população brasileira diante da escalada mortal da pandemia do coronavirus.
Ao mesmo tempo que Bolsonaro dava risadas junto com seu ministro, Tarcísio Gomes de Freitas, o país atingia o número de 261 mil brasileiros mortos pela Covid-19. E o pior: a cada dia morrem mais 1,5 mil pessoas vitimas do vírus assassino.
Enquanto isso, o capitão cloroquina dá gargalhadas e estimula seu ministro a rir também. “Parece que só morre de Covid no Brasil”, ironizou.
Sua necrofilia não é nova. Há algum tempo, na campanha contra as vacinas, ele já vem brincando com as mortes. “E daí”, disse ele, certa vez, ao ser questionado sobre elas. Chegou a publicar uma mensagem em suas redes sociais comemorando a morte de um participante dos testes da CoronaVac.
Disse na época que este fato [a morte do participante] provava sua tese de que a vacina causava doenças, deformações e óbitos. Comemorou a notícia dizendo que ele [Bolsonaro] havia “vencido mais uma vez”.
Depois ele se desmoralizou, quando veio a público que tinha sido um suicídio, sem nenhuma ligação com o uso da vacina. Mas ele não desistiu. Continuou atacando as vacinas e as medidas adotadas pelos governadores contra a expansão da circulação do vírus. Quando o governo é questionado por sua sabotagem, o ministro da Saúde se irrita. “O governo não é máquina de fabricar soluções”, diz Eduardo Pazuello. Realmente ele é uma máquina de criar problemas.
Agora, dando risadas e lendo uma publicação que dizia que o isolamento poderia causar aumento de depressão e de mortes por suicídio, ele voltou a repetir que “venceu de novo”. Dando risadas, disse: “Eu acerto todas. Acerto mais do que os idiotas que me criticam”. A insanidade é de tal monta, que já há quem pense em impedimento por incapacidade mental.
“Eu disse que não era para ter esse pânico todo. Que isso ia causar problemas. Está provado que eu tinha razão”, afirmou. Depois, como de hábito, voltou a defender o uso da cloroquina. droga sem eficácia comprovada contra a Covid-19. Não é por acaso que o fabricante brasileiro de cloroquina recebeu R$ 20 milhões de financiamentos do BNDES em 2020.
“Eu não sou médico, mas o médico tem um direito, ao se deparar com uma doença como a Covid, de buscar um tratamento alternativo, diferente do proposto pelo senhor Mandetta, que era o meu ministro da Saúde. Mandava ficar em casa. Foi embora e continua falando asneira”, disse o propagandista da cloroquina.
De forma cínica e despudorada ele afirmou na live que o Brasil é o país do mundo que mais vacina contra a Covid-19. É exatamente o contrário, o Brasil foi o 57º a iniciar a vacinação e está muito atrasado. Até agora foram imunizados pouco mais de 3% da população. Ou seja, ele mente sem a menor cerimônia.
Bolsonaro está sentado em cima de R$ 20 bilhões que o Congresso Nacional liberou para a compra de vacinas e ele não as compra e não deixa que outros comprem. Ele desautorizou seu ministro publicamente sobre aquisição de vacinas, entrou em confronto com fabricantes e aparelha a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para retardar a aprovação de vacinas para uso emergencial.
Nesta quinta-feira (4) ele começou logo cedo a sua campanha de sabotagem às vacinas e s manifestações pró-Covid. Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, ele chamou as pessoas que pedem vacinas de “idiotas”. Depois, em São Simão (GO), ele disse que é preciso parar de “frescura” e “mimimi” com a pandemia de Covid-19. “Até quando vão ficar dentro de casa, até quando vai se fechar tudo? Ninguém aguenta mais isso”, resmungou Bolsonaro.