A defesa de Lula entrou na segunda-feira (5) com mais um pedido de liberdade junto ao STF (Supremo Tribunal Federal), alegando, desta vez, que a entrada do juiz federal Sérgio Moro no governo Jair Bolsonaro (PSL) seria a “prova cabal” de que houve parcialidade nas decisões que levaram à sua condenação.
Os advogados do ex-presidente acharam que dá para anular tudo usando como pretexto apenas o fato de Moro ter aceitado participar do governo. De acordo com eles, depois deste “fato novo” ficou provado que no curso da Lava Jato, Moro “revelou clara parcialidade e motivação política nos atos de persecução que envolveram o ex-presidente”.
Zannin e seus colaboradores não se deram ao trabalho de contestar, no novo pedido, nenhuma das dezenas de provas arroladas contra o ex-presidente pelo Ministério Público. Aliás, diga-se de passagem, eles não fizeram isso desta vez e nem nas anteriores.
A defesa de Lula cita entre as “parcialidades” de Moro, a liberação de parte do depoimento de Antônio Palocci dias antes da eleição. Não há questionamento do conteúdo do que Palocci abriu, mas apenas de sua oportunidade.
Mencionam também como “parcialidade” o fato de Moro ter desautorizado o desembargador petista de plantão no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), Rogério Favreto, de dar consequência a um habeas corpus apresentado por deputados do partido pedindo a soltura de Lula. Entretanto, a decisão de Moro, questionada por eles, foi referendada em todas as instâncias superiores.
A decisao de Moro de entrar para o governo de Bolsonaro não foi das mais felizes, isso é um fato, mas, daí a achar que, por isso, alguém vai acreditar na inocência de Lula, é coisa que só entra na cabeça de alguns integrantes – nem todos – da cúpula petista.
O pedido de mais esse HC, depois do STF já ter se pronunciado sobre essa questão, não tem a menor sustentação. Isso porque, além das provas do pagamento de propinas a Lula por parte da OAS não terem sido contestadas, elas não foram analisadas apenas pelo juiz Sérgio Moro. Elas foram esmiuçadas por três outros juízes do TRF-4. Eles julgaram os recursos da defesa e confirmaram por unanimidade a condenação, decidindo, inclusive, pela ampliação da pena de Lula de 9 anos e meio para 12 anos e um mês. No caso, nenhum dos três entrou no governo Bolsonaro.
S. C.
Qual Prova? Cabe a quem acusa provar, Power Point não é prova. Não gostar do Lula não nos obriga a ser a favor desta Farsa Jurídica.
Você sabe que não é uma farsa. Sabe, também, que as provas não são o PowerPoint do Dallagnol. Leia nossas matérias – inclusive o original da denúncia e da sentença. Ou pode consultar o conjunto de documentos em “Ida de Moro para o governo Bolsonaro não é prova da inocência de Lula e outros corruptos“.
Agora, se você não quer saber de nada disso e prefere a “narrativa” da cúpula do PT – a mesma que acabou elegendo Bolsonaro – não podemos fazer nada.