
Ele alegou que, no início, os gestores não tinham noção da dimensão da pandemia e atacou a CPI da Covid-19 dizendo que ela “extrapolou o erro da má gestão”
Em três horas de sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), nesta quarta-feira (1º), entre falas iniciais e perguntas, o ex-ministro da AGU (Advocacia Geral da União), André Mendonça se equilibra para não desagradar a ninguém. É “uma no cravo e outra na ferradura”, como diz o ditado popular.
Assim, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro ao STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-ministro minimizou os erros cometidos pelo governo federal na gestão da pandemia do coronavírus, que deixou mais de 600 mil mortos no Brasil.
Durante sabatina no Senado, nesta quarta-feira, Mendonça alegou que, no início, os gestores não tinham noção da dimensão da pandemia e comentou que a CPI “extrapolou o erro da má gestão”.
André Mendonça, no entanto, disse que estaria impossibilitado de manifestar opiniões detalhadas sobre o assunto. Mas prometeu apurar o que for necessário, bem como colocou o gabinete à disposição dos parlamentares, caso tenha o nome confirmado pelo Senado.
“TERRIVELMENTE EVANGÉLICO”
Durante sessão no plenário do STF para julgar a liberação de celebrações religiosas presenciais, como cultos e missas, em meio ao pior momento da pandemia de Covid-19 no Brasil, o então advogado-geral da União, André Mendonça, defendeu o indefensável.
Na ocasião, no púlpito do STF ele defendeu que os cultos deveriam ser autorizados e “os verdadeiros cristãos estão sempre dispostos a morrer para garantir a liberdade de religião e de culto”.
Como AGU, Mendonça foi “terrivelmente evangélico”, por isso ganhou a indicação do presidente da República ao STF.
O ex-ministro foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro em julho para ocupar a cadeira do ministro Marco Aurélio Mello.
APROVAÇÃO
Especula-se que o relatório favorável da relatora, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), vai ser aprovado.
Em seguida, a sabatina se repete no plenário da Casa. Para ser referendado ao cargo no STF, Mendonça precisa obter o voto favorável da maioria simples dos senadores — pelo menos 41 sufrágios.
M. V.