Os servidores públicos federais realizaram intensa mobilização esta semana, nos dias 7 e 8, para pressionar o governo por uma resposta à reivindicação da categoria por recomposição salarial. As paralisações e manifestações nacionais foram um protesto contra a falta de agenda de negociação com o governo.
Além das reivindicações referentes à questão salarial e de benefícios, os servidores também lutam contra a Reforma Administrativa (PEC 32/2020), apresentada pelo governo Bolsonaro, que tramita no Congresso Nacional.
Na terça-feira (7), o Fórum das Carreiras de Estado (Fonacate) enviou ofício à ministra Esther Dweck, da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, repudiando a falta de proposta aos servidores na Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) e também em mesas específicas já abertas.
Segundo a entidade, “a postura do governo atrasa todos os calendários de negociação anteriormente divulgados. E também a abertura de mesas para dezenas de carreiras que aguardam esse espaço para encaminhamento de suas demandas”.
Profissionais da educação no ensino superior e tecnológico também fizeram paralisações. Entre as reivindicações da categoria estão a reestruturação de carreiras e a equiparação dos benefícios nos Legislativo, Judiciário e Executivo.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica, em julho, foi entregue ao governo uma lista de medidas das gestões Temer e Bolsonaro que têm de ser revogadas nos órgãos.
Na tarde de terça-feira, o Fonacate realizou a última assembleia geral do ano das entidades filiadas e, além de avaliarem como positivo o Dia Nacional de Mobilização, discutiram o enfrentamento à PEC 32.
O presidente do Fonacate, Rudinei Marques salientou os esforços das entidades “na construção de uma proposta alternativa que promova, de fato, o aperfeiçoamento do Estado, inclusive com a promoção do diálogo com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI)”. Ele também ressaltou a realização pelo Fonacate do ciclo de debates “Nova Agenda para a Reforma Administrativa”, previsto para acontecer na primeira quinzena de dezembro, com transmissão ao vivo pelo canal do Fonacate no Youtube.
Fábio Faiad, presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), defendeu que as entidades e a categoria têm que assumir uma postura mais forte nas próximas mobilizações. “Temos que provocar um barulho maior caso o governo não apresente ainda neste ano uma sinalização para o reajuste dos servidores federais para 2024 e realizar um novo ato”, disse. Nesse sentido, um segundo dia de mobilizações já foi agendado para o próximo dia 22.