
O presidente americano Donald Trump assinou uma ordem executiva que tira direito de negociação coletiva de servidores públicos. A ordem abrange servidores que trabalham nos departamentos de Estado, Justiça, Saúde Defesa, serviços para veteranos de guerra, Energia, Tesouro e Comércio.
Com isso, os direitos trabalhistas de milhares de servidores federais nos EUA serão rescindidos com uma única canetada de Trump. Segundo o governo americano, a prática da barganha coletiva através de sindicatos “permite que sindicatos federais hostis obstruam a gestão da agência.”
Restaram os policiais e bombeiros que ainda terão seus direitos mantidos e poderão negociar através de seus sindicatos.
A ‘Lei de Reforma do Serviço Público de 1978’, segundo o governo Trump, dá a autoridade de acabar com o direito de barganha a agências federais americanas com missões de segurança nacional.
Então, a ordem executiva foi assinada na quinta feira, 27, e irá afetar a maior parte do governo federal sob o ridículo pretexto de salvaguardar a segurança nacional dos EUA.
Sindicatos como ‘Federação Americana de Funcionários do Governo’, com mais de 820.000 membros servidores públicos federais, serão afetados e em resposta anunciaram que estão “preparando uma ação legal imediata e que a entidade lutará incansavelmente para proteger nossos direitos, nossos membros e todos os trabalhadores americanos desses ataques sem precedentes.”
“A última ordem executiva do presidente Trump é um ataque vergonhoso e retaliatório aos direitos de centenas de milhares de funcionários públicos americanos patriotas — quase um terço dos quais são veteranos de guerra — simplesmente porque são membros de um sindicato que se opõe às suas políticas prejudiciais,” disse Everett Kelley, presidente nacional da Federação.
“A justificativa de segurança nacional é apenas um pretexto conveniente para uma tática de força em uma disputa de poder mais ampla contra a força de trabalho federal,” disse Colin Smalley, organizador da ‘Rede Sindicalista Federal’ em entrevista para a revista Jacobin.
“Você não precisa olhar além do folheto informativo que a Casa Branca divulgou sobre isso, que no final fala sobre como o presidente se sente menosprezado pelos sindicatos federais e fica ofendido pelo fato de afirmarmos nossos direitos”, disse Smalley.
“Isso não é tanto sobre um exercício legítimo do poder executivo, mas sim um ato negativo de retribuição política,” concluiu.