A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffman, não está nada satisfeita com a insistência de Roberto Campos Neto, presidente, em fim de mandato, do Banco Central, em ameaçar o país com juros ainda mais escandalosos do que os atuais 10,75% nominal – que gera um juro real na casa dos 7% – e o segundo maior juro real do mundo, se o governo não anunciar logo um pacote de cortes de gastos sociais e nos investimentos públicos.
“Campos Neto segue com suas preleções públicas, algo não recomendado para o cargo que ocupa, ameaçando com juros ainda mais altos para exigir o suicídio fiscal do governo”, disse a parlamentar parananense. E o pior é que além de Campos Neto, os diretores indicados por Lula para o órgão estão defendendo a política de privilegiar os banqueiros com juros mais altos, como vem fazendo Campos Neto.
Campos Neto segue com suas preleções públicas, algo não recomendado para o cargo que ocupa, ameaçando com juros ainda mais altos para exigir o suicídio fiscal do governo. O que ele chama de “choque positivo” é cortar recursos dos investimentos que fazem o país crescer, dos…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) October 29, 2024
Gleisi diz que “Campos Neto chama de ‘choque positivo’ o corte nos recursos dos investimentos que fazem o país crescer, dos programas que atendem a população e dos aposentados, para satisfazer o insaciável mercado financeiro”.
O tal “choque positivo” defendido por Campos Neto está também na pauta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que está pressionando Lula adotar cortes em verbas sociais e nos investimentos públicos.
A deputada fez um desafio ao presidente do Banco Central, que pode ser estendido à toda a diretoria do BC. “Que tal dar um choque na Selic, baixando essa taxa de juros indecente, responsável pelo crescimento da dívida pública, que é hoje o maior problema fiscal do Brasil?”, indagou.
Só nos últimos doze meses o pagamento de juros aos bancos tiraram R$ 855 bilhões do orçamento para entregar aos bancos e rentistas. Isso é quase três vezes o orçamento da Saúde.