Milhares de pessoas realizaram um panelaço em diferentes pontos da cidade de Barcelona em rechaço à visita do rei Felipe VI, que assistiu ao jantar inaugural do Mobile World Congress (MWC), um encontro anual que trata da comunicação por celulares, no Palácio da Música Catalã. Essa foi a primeira visita do monarca à região depois do inicio da crise detonada pelo processo independentista, durante o qual Felipe VI defendeu as posições do governo de Mariano Rajoy que não deixa nenhum espaço para aumentar os direitos dos cidadãos da Catalunha.
O rei abandonou o Palácio escoltado por um forte dispositivo policial e sob a consigna de “Fora o Borbón” cantada pelos manifestantes. O protesto foi reprimido pelas forças de segurança, os Mossos d’Esquadra, deixando como resultado 19 feridos.
Nem o presidente do Parlamento catalão, Roger Torrent, nem a prefeita de Barcelona, Ada Colau, estiveram presentes na recepção que tradicionalmente se oferece ao rei quando visita as regiões da Espanha, embora assistissem ao encontro do MWC. Para minimizar o problema, a vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, e o ministro de Energia, Álvaro Nadal, participaram da recepção ao rei.
Ada Colau justificou seu gesto afirmando que Felipe VI não teve um mínimo gesto de empatia em relação às pessoas que sofreram forte repressão durante os atritos com a polícia durante o referendo sobre a soberania da Catalunha realizado em outubro, e que o monarca pronunciou “um discurso duríssimo que avalizou a repressão em lugar de apaziguar o conflito e aportar serenidade”.
Desde a Bélgica, onde está refugiado, o destituído chefe do governo catalão, Carles Puigdemont, publicou no Twitter que Felipe VI será bem-vindo à Catalunha quando peça perdão pelo seu papel inconstitucional de outubro, em referência à mensagem de apoio à imposição de uma unidade incondicional da Espanha, sem reconhecer nenhum dos problemas que abafam as diferentes nacionalidades que compõem o país.