Li Qi, porta-voz da embaixada, rebateu as declarações feitas por altos funcionários dos EUA sobre as relações da China com o Brasil. “Manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a essas declarações”, disse o diplomata chinês
O ministro-conselheiro Li Qi, porta-voz da embaixada chinesa em Brasília, rebateu na quinta-feira (1) as declarações feitas recentemente por altos funcionários dos EUA sobre as relações da China com o Brasil. Além do Brasil, o gigante asiático tem estreitado relações com mais de 20 países latino-americanos, sobretudo com a Nova Rota da Seda
Brian A. Nichols, secretário- adjunto de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, esteve no Brasil e tentou criar desconfianças entre os brasileiros e o seu principal parceiro comercial. Segundo Nichols, os projetos de infraestrutura chineses seriam “enganosos”, de baixa qualidade, estariam ligados a esquemas de corrupção e seriam prejudiciais ao crescimento econômico dos países parceiros.
Para o diplomata chinês, as declarações do representante da Casa Branca “são infundadas e ridículas, tendo como objetivo difamar a cooperação econômica externa da China e minar as relações amistosas e cooperativas entre a China e o Brasil e outros países da América Latina”. “Manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a essas declarações”, disse o diplomata chinês.
“A parceria entre a China e os países da América Latina, incluindo o Brasil, se baseia em respeito mútuo, igualdade, benefício recíproco, abertura e transparência. Foi implantado um grande número de projetos de alto padrão, sustentáveis e centrados no bem-estar do povo em áreas como comunicação, logística, transporte, agricultura, energia, eletricidade, habitação e construção urbana, o que tem estimulado o desenvolvimento econômico local e melhorado a qualidade de vida das pessoas, trazendo benefícios tangíveis para os países da região e seus povos”, destacou o diplomata.
“Ao mesmo tempo”, prosseguiu Li Qi, “o governo chinês sempre adota uma atitude de tolerância zero em relação à corrupção, exigindo que as empresas chinesas cumpram rigorosamente as leis e regulamentos locais durante os processos de licitação, construção, operação e gerenciamento de projetos”.
“A Iniciativa Cinturão e Rota é uma iniciativa de cooperação internacional aberta e inclusiva, sem quaisquer intenções militares ou geoestratégicas”, explicou o porta-voz da embaixada chinesa. “A cooperação entre a China e os países parceiros baseia-se nos princípios da participação voluntária, igualdade, benefício mútuo, abertura e transparência. Nenhum dos países parceiros concorda com a alegação de que a Iniciativa Cinturão e Rota causa a chamada ‘armadilha da dívida'”, acrescentou.
“Desde o seu lançamento, há 10 anos, a Iniciativa Cinturão e Rota resultou em quase US$1 trilhão em investimentos, implantou mais de 3 mil projetos de cooperação, criou 420 mil empregos para os países parceiros e tirou cerca de 40 milhões de pessoas da pobreza nesses países”, assinalou o representante do governo chinês no Brasil.
“Algumas pessoas dos EUA estão empenhadas em difamar a cooperação da China com o Brasil e outros países da América Latina apenas com base em especulações subjetivas, sem conseguir trazer nenhuma evidência convincente”, disse o porta-voz da embaixada. “A justiça e a verdade prevalecerão. A China continuará trabalhando com os países latino-americanos, incluindo o Brasil, para aumentar a confiança mútua e expandir a cooperação, de modo a beneficiar os dois povos com resultados mutuamente benéficos e vantajosos para todos”, completou.