Certos países têm interferido “arrogantemente nos assuntos internos de outros países e incitam guerras comerciais e tarifárias, o que prejudica gravemente a economia mundial”, denunciou o embaixador da China no Brasil
O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, criticou o uso da “lei da selva” por parte de grandes potências para atrapalhar a cooperação internacional e destacou que “a parceria entre Brasil e China é um modelo para o Sul Global”.
Em discurso feito na abertura da Conferência Anual do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), Zhu Qingqiao afirmou que “a China permanece firmemente ao lado certo da história e opõe-se resolutamente às práticas de hegemonismo e intimidação e às tendências de desglobalização”.
O embaixador, sem citar diretamente os Estados Unidos, criticou as práticas de “algumas grandes potências, obcecadas pela supremacia do poder”, que querem instaurar a “lei da selva” nas relações comerciais.
Algumas nações têm interferido “arrogantemente nos assuntos internos de outros países e incitam guerras comerciais e tarifárias, o que prejudica gravemente a economia mundial, o sistema multilateral de comércio e as regras e ordem internacionais”.
Os Estados Unidos aumentaram de forma unilateral para 50% as tarifas sobre produtos brasileiros. E sobre a China, os EUA aplicaram recentemente tarifas de 100%.
A China, segundo o embaixador, tem feito movimentos no caminho contrário e buscado ampliar a parceria com o Brasil.
“A China tem sido o maior parceiro comercial do Brasil por anos consecutivos”, disse. “Desde 2023, as exportações brasileiras para a China ultrapassam US$ 100 bilhões anuais”, continuou.
O embaixador afirmou que a China quer criar com o Brasil um “ambiente de negócios de classe mundial” e ampliar o acesso de produtos brasileiros ao mercado chinês.
“Trabalhamos juntos para promover a conectividade industrial, a cooperação em infraestrutura, manufatura e saúde”, falou Zhu Qingqiao.
Ele ainda ressaltou que a parceria entre Brasil e China tem obtido resultados importantes em áreas estratégicas, como energia renovável, indústria digital e inovação tecnológica.