Ao final do ano de 2017, uma importante conquista foi obtida pela população da zona Oeste de São Paulo com a destinação de R$ 48 milhões para o Hospital Universitário da USP (HU-USP), no Orçamento estadual de 2018.
A verba foi destinada ao HU após uma intensa mobilização da comunidade acadêmica e da população local. Em articulação realizada junto à Promotoria de Saúde Pública do Ministério Público do Estado de São Paulo, o deputado Carlos Neder (PT) apresentou a proposta de emenda ao relator, deputado Marco Vinholi (PSDB), que incluiu a verba no orçamento deste ano. A proposta foi aprovada no dia 26 de dezembro pela Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento e votada em plenário da Alesp na madrugada do dia 27.
No último ano, em meio à sua pior crise o HU-USP chegou a fechar o pronto-socorro pediátrico no dia 21 de novembro devido à falta de médicos para completar a escala de plantão, mantendo somente os atendimentos de urgência e emergência. Pelo mesmo motivo o funcionamento do pronto-socorro adulto tmbém deixou de atender à demanda espontânea.
O diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e médico do HU, Gerson Salvador, afirmou que com a aprovação da emenda, “é possível contratar profissionais suficientes para o pleno funcionamento do Hospital”.
A mobilização em defesa do HU-USP, formada por estudantes e residentes de medicina e enfermagem da USP, além dos funcionários do hospital, com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Associação de Docentes da USP, do Simesp e dos moradores da região reuniu mais de 44 mil assinaturas em um abaixo-assinado exigindo o total funcionamento da unidade.
O resultado revelou o tamanho do descaso, tanto do governo do Estado e da reitoria, quanto da Faculdade de Medicina da UISP, que não se mexeram para resolver o problema. Pelo contrário, jogaram para destruir o HU. Os moradores, estudantes, funcionários e docentes da USP mostraram que, quando se quer, quando se tem vontade política, os problemas podem ser resolvidos.