
A Polícia Federal realizou, nesta terça-feira (8), operações de busca e apreensão em cinco cidades do Ceará para apurar o desvio de dinheiro público a partir de emendas parlamentares destinadas pelo deputado Júnior Mano (PSB-CE).
O deputado foi eleito pelo PL, partido de Jair Bolsonaro, em 2022, e só deixou a legenda em 2024.
A Operação Underhand, como foi batizada, contou com apoio técnico da Controladoria-Geral da União (CGU) e apura os crimes de organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com fim eleitoral.
Júnior Mano, de acordo com a Polícia Federal, liderou uma organização criminosa que desviava dinheiro vindo de emendas parlamentares por meio de fraudes em licitações.
As licitações foram elaboradas de forma específica para que empresas ligadas ao grupo as vencessem e conseguissem lavar e entregar o dinheiro de volta para os criminosos, que o utilizava em campanhas eleitorais.
As operações ocorreram nas cidades cearenses de Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio.
O Supremo Tribunal Federal (STF), onde tramita o caso por conta do foro privilegiado de Júnior Mano, autorizou as operações, assim como fez para o bloqueio de R$ 54,6 milhões de pessoas e empresas investigadas.
A PF informou que “o núcleo investigado é suspeito de articular o direcionamento de verbas públicas a determinados municípios cearenses mediante contrapartidas financeiras ilícitas, além de influenciar procedimentos licitatórios por meio de empresas vinculadas ao grupo”.
O deputado Júnior Mano esteve “diretamente envolvido no desvio de emendas parlamentares, utilizadas para alimentar o esquema de (compra de votos) e consolidar sua base de apoio político”.
A primeira denúncia do caso ocorreu em 2022 e falava da lavagem de dinheiro vindo de emendas na Prefeitura de Choró, também no Ceará. De acordo com a CNN, fontes da investigação afirmam que os crimes podem ter ocorrido em até 50 municípios no Estado.