Trata-se de desdobramento da Operação Overclean, que apura desvios de emendas parlamentares e fraudes em licitações
A Polícia Federal (PF) encontrou fatos novos da investigação Overclean, que apura desvios de emendas parlamentares e fraudes em licitações, e remeteu toda a apuração ao STF (Supremo Tribunal Federal). Estas informações são da CNN Brasil.
Segundo fontes ligadas à investigação, apareceram no processo autoridades com prerrogativa de foro ligadas ao partido União Brasil.
O empresário José de Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, integra a executiva do partido. Ele foi indicado para o posto pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil).
Nesta semana, a CNN revelou que Marcos Moura esteve no Palácio do Planalto, no final de 2022, quando Jair Bolsonaro (PL) ainda era presidente da República.
COFRE DO “REI DO LIXO”
Em dezembro, foi revelado que a PF achou no cofre do “Rei do Lixo” a escritura de transação imobiliária com o líder do União Brasil na Câmara, deputado Elmar Nascimento (BA).
Planilha localizada pela PF mostra que o esquema atingia pelo menos 12 Estados, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro.
Para investigadores, a operação Overclean tem potencial de ser nova Lava Jato, dado seu potencial alcance nacional.
OPERAÇÃO OVERCLEAN
Força conjunta formada pela PF, MPF (Ministério Público Federal), Receita Federal e CGU (Controladoria-Geral da União) deflagrou, dia 10 de dezembro de 2024, a Operação Overclean, com o objetivo de desarticular grupo suspeito de fraudar licitações e de desviar recursos públicos.
Segundo os investigadores, há indícios de que os suspeitos teriam praticado, também, crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
DEFLAGRAÇÃO
Na deflagração da operação, houve 17 mandados de prisão preventiva e 43 de busca e apreensão, que foram cumpridos em São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Tocantins e Goiás.
Segundo a PF, a organização criminosa teria “direcionado recursos públicos de emendas parlamentares e convênios, por meio de superfaturamento em obras e desvio de recursos, para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais”.
Entre os órgãos prejudicados pelo esquema estão o Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), na Coordenadoria Estadual da Bahia. Na ocasião, foram afastados das funções 8 servidores públicos, por determinação judicial.
MOVIMENTAÇÃO BILIONÁRIA
“Durante o período investigado, a organização criminosa é suspeita de ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos apenas em 2024”, informou a PF.
Diante da situação, a Justiça determinou o confisco de mais de R$ 162,3 milhões — valor que teria sido utilizado na compra de aeronaves, imóveis de alto padrão, barcos e veículos de luxo.
Ainda de acordo com a PF, se condenados, os acusados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos e lavagem de dinheiro, entre outros.