Após sete anos e R$ 21 milhões investidos em novo prédio, a emergência do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), no Rio de Janeiro, teve suas portas fechadas no final de semana por falta de profissionais. A unidade, que já havia pedido socorro ao Ministério da Saúde, conseguiu se manter funcionando por menos de um mês.
A emergência do HFB, que durante a obra funcionou em contêineres que somavam cerca de 260m², tem hoje 3000m². Apesar disso não houve contratação de novos profissionais da saúde. De acordo com o defensor público da União Daniel Macedo, a unidade precisa de 700 profissionais da área para ter seu pleno funcionamento, mas conta hoje com cerca de 60.
Segundo o Conselho Regional de Medicina (CREMERJ), o atendimento no setor vem sendo comprometido por conta de um déficit de 110 médicos de diversas especialidades. “Na semana retrasada, estivemos aqui e tínhamos apenas um clínico geral para atender 60 pessoas, uma desassistência absurda! O principal problema que nos impede de manter a emergência aberta é o déficit de pessoal. A emergência é belíssima, nova, faz inveja a vários hospitais particulares. Mas, sem médicos, de que adianta?”, disse Nelson Nahon, presidente do CREMERJ, que declarou apoio ao fechamento da unidade em tais condições. Nelson declarou também que “o que o governo federal está fazendo é um crime”.
O diretor da unidade enviou ao Ministério da Saúde, ainda na segunda semana de funcionamento da emergência nas novas instalações, uma carta que já avisava que “as condições existentes inviabilizam seu funcionamento, inclusive com a indicação técnica de fechamento”. Após o anúncio do encerramento das atividades, o Departamento de Gestão Hospitalar anunciou a contratação, em caráter emergencial, de apenas 35 novos profissionais.