
Julho registra terceira queda consecutiva. Na comparação com junho, caem indústria (-1,1%), agropecuária (-0,8%) e serviços (-0,2%)
Com uma contração de -0,5% no mês julho sobre o mês junho, o índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou a terceira queda seguida, uma retração mais acentuada do que a esperada por economistas (0,2%). No mesmo sentido, o trimestre encerrado em julho teve queda de 1,0% sobre aquele encerrado em junho.
Na comparação mensal a principal queda ocorreu na indústria com -1,1%, seguida da agropecuária com -0,8% e serviços -0,2%. Na comparação trimestral a agropecuária sofreu queda de -6,8%, a indústria -0,9% e o serviços vem favorável em 0,2%. Os dados fazem parte das estatísticas dessazonalizadas do índice.
O IBC-Br, divulgado nesta segunda-feira (15), é um índice mensal, determinado de forma semelhante ao PIB produzido pelo IBGE, que calcula a soma de todos os bens e serviços produzidos pela economia em determinado período e, por causa disso, é considerado como uma prévia do mesmo.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM) estará reunido nesta terça e quarta-feira para decidir sobre o percentual da Selic, taxa de juros básica da economia. A expectativa do “mercado” financeiro é que os diretores do BC, que compõem o colegiado, decidam pela manutenção dos atuais 15% ao ano de juros, mantendo os juros entre os maiores do mundo.
Nesse contexto, as previsões dos bancos e demais rentistas são de que o crescimento da economia em 2025 fique em 2,16%, na avaliação constante no boletim Focus desta segunda-feira (15). O próprio governo, através do Ministério da Fazenda, estimou na semana passada, uma revisão da sua projeção de 2,5% para 2,3% no ano. Lembrando que em 2024 o PIB cresceu 3,4%
O posicionamento do presidente do BC, Gabriel Galípolo, de manter a Selic na estratosfera e por um longo período vai se concretizando com o estrago previsível de derrubar a economia com um remédio contra inflação que deixa o “paciente” doente.
Há um propósito final dessa política monetária restritiva ao consumo e aos investimentos que é derrubar o nível de emprego e de renda. Isso é evidente pelas próprias declarações de Galípolo que, após a última reunião do Copom, por exemplo, destacou que o conjunto dos indicadores de atividade econômica apresentaram certa “moderação”, conforme o esperado, mas que o mercado de trabalho, com o desemprego marcando recordes de baixa, ainda mostra-se aquecido.
Na comparação do IBC-Br de julho com o mesmo mês do ano passado, o índice teve alta de 1,1%. Nas comparações acumuladas temos em 12 meses um ganho de 3,5%, e na comparação anual uma variação positiva de 2,9%. Nestas comparações os percentuais não são dessazonalizados.