O índice de desemprego (“taxa de desocupação”) atingiu 12,9% no trimestre móvel de fevereiro-abril/2018, um crescimento de 0,7 ponto percentual na comparação com o trimestre novembro/2017-janeiro/2018 (12,2%). Os números são da Pnad Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (29/05).
A “taxa de desocupação” de 12,9% significa que havia 13,4 milhões de desempregados no trimestre fevereiro-abril, um aumento de 5,7% (+723 mil) em relação ao trimestre anterior, quando foram registrados 12,7 milhões de desempregados.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada (32,7 milhões) caiu 1,7% frente ao trimestre anterior (novembro de 2017 a janeiro de 2018), uma redução de 567 mil pessoas. No confronto com o trimestre de fevereiro a abril de 2017, a queda foi de -1,7% (-557 mil pessoas).
De acordo com o IBGE, a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), no trimestre encerrado em abril deste ano, foi estimada em 104,1 milhões de pessoas, número considerado estável ante o trimestre de novembro de 2017 a janeiro de 2018.
Já o contingente fora da força de trabalho, no período, foi estimado em 65,2 milhões de pessoas, um contingente 0,7% maior quando comparado ao trimestre anterior (427 mil pessoas a mais). “A população fora da força pode estar escondendo a desocupação. Sobe a população desocupada, mas a população fora da força também está crescendo”, destacou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
A população ocupada somou 90,7 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril, um recuo de 1,1% na comparação com o trimestre encerrado em janeiro, o que significa uma redução de quase 1 milhão de pessoas. Para Azeredo, essa redução mostra que o mercado de trabalho não efetivou os trabalhadores contratados temporariamente no final do ano.
Dentre os grupamentos de atividades, o que teve a maior redução no número de ocupados foi o do comércio, com a demissão de 439 mil trabalhadores, seguido da construção civil (-186 mil), serviços domésticos (-172 mil) e indústria (-130 mil).
Os empregados com carteira de trabalho totalizaram 32,7 milhões, uma redução de 1,7% (-567 mil pessoas) frente ao trimestre encerrado em janeiro. “Trata-se do menor número para trimestres encerrados em abril de toda a série da pesquisa, iniciada em 2012”, conforme o IBGE. Enquanto isso, o número de empregados no sem carteira de trabalho assinada somou 10,9 milhões de pessoas.
A explosão do desemprego – somado ao subemprego, são 27 milhões de trabalhadores na rua da amargura – é o reflexo da baixa atividade econômica, com o Produto Interno Bruto (PIB) recuando para o mesmo patamar de 2011 (v. matéria nesta página). É o resultado da política neoliberal adotada já na administração do PT, a qual Temer deu continuidade.
VALDO ALBUQUERQUE