Moradores do Complexo da Maré, de Bonsucesso, Ilha do Governador, Manguinhos, Olaria e Ramos na Zona Norte do Rio de Janeiro, denunciam que há mais de 20 dias estão sem receber uma gota d’água nas torneiras.
O problema teria começado após a manutenção da concessionária privada Águas do Rio, empresa que comprou a estatal Cedae, na Estação de Tratamento do Guandu. Após o conserto, a água não teria voltado para quem vive na Maré.
A Águas do Rio colocou mensagens em postes de comunidades como Parque União e Nova Holanda informando que precisou interromper o fornecimento de água em partes da Zona Norte para reparar o vazamento da subadutora da Maré.
De acordo com a mensagem, “por conta da complexidade do serviço, não existe previsão para o término do reparo”. Enquanto isso, moradores seguem sem água. Segundo a Águas do Rio, no comunicado aos moradores, “a normalização do sistema de abastecimento ocorrerá gradativamente após a finalização do conserto”.
A própria concessionária confirma que os moradores de Bonsucesso, Maré, Ilha do Governador, Manguinhos, Olaria e Ramos são os mais afetados pelo problema.
“Estamos sem água há quase um mês. A água veio um dia e não voltou mais. Em algumas ruas da favela cai uma água fraquinha, mas as pessoas falam que é de outra rede. Eles fizeram um buraco na Teixeira Ribeiro, na Nova Holanda, em um cano e estão desconfiados que os canos estão quebrados”, conta a aposentada Telma Maria Silva, que tem dois netos de 2 e 9 anos e que tem se desdobrado para cuidar das crianças.
O fornecimento de água será interrompido nesta terça-feira (13), em partes de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, durante uma manutenção da Cedae.
Segundo a concessionária, o serviço no transformador de energia elétrica da Estação de Tratamento de Águas de Campos Elíseos interrompeu a produção de água. Para realizar o processo, será preciso retirar a unidade de operação.
Segundo a Águas do Rio, somente após a finalização do serviço o abastecimento retornará de forma gradativa na comunidade. Porém, nenhum prazo foi estipulado para que isso ocorra.
A empresa informou que os moradores estão sendo abastecidos com caminhão-pipa e oito caixas de 10 litros de água. No entanto, de acordo com relatos dos moradores publicados na internet, a quantidade de água ofertada pela empresa não está sendo o suficiente para atender a todos.
Enquanto o serviço após privatizado piora muito, o lucro da Cedae cresceu em 2022. O detalhe que revela o desmonte da empresa para ‘justificar’ a privatização se dá nos dados de investimento. A Companhia investiu, em 2022, 13% da receita, contra média de 1,5% nos anos anteriores. Ou seja, o serviço piora após o desmonte, mas o investimento garante a saúde financeira da empresa e não deixaria a piora do serviço acontecer.
Após a concessão dos serviços de saneamento no estado do Rio, a Cedae fechou o terceiro trimestre de 2022 com lucro líquido acumulado de aproximadamente R$ 394 milhões. Segundo a própria Cedae, o resultado foi obtido diante do aumento dos investimentos em obras como a modernização da Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu e as intervenções em andamento para a construção da ETA Novo Guandu, ambas em Nova Iguaçu.
A piora na prestação do serviço pode ser explicada pela redução de 53% na receita operacional líquida – de R$ 4,86 bilhões nos três primeiros trimestres de 2021 para R$ 2,27 bilhões em igual período este ano.
A Cedae não foi completamente privatizada. Até o momento 4 blocos da empresa foram entregues a iniciativa privada e não por acaso, são justamente neles que os problemas apareceram.
O governador do Rio, Cláudio Castro, ao comentar os lucros da empresa afirmou: “Os bons números são consequência de mudanças na filosofia e na gestão da Cedae, para adaptar a companhia a uma nova configuração, após a concessão dos serviços de distribuição de água e esgotamento sanitário. Mas o maior benefício quem ganha é a população, que já está sendo melhor atendida“. Com certeza ele não tem dado às caras na zona norte e na zona oeste.
Castro usa dinheiro do Leilão pra compra de votos
A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio afirma que o uso de cargos secretos na Universidade Estadual do Rio (Uerj) tiveram como objetivo dar vantagem eleitoral para Castro e seus aliados na eleição deste ano e que os programas ligados à universidade continuam com os pagamentos ativos e são pagos em parte com verbas oriunda do leilão da Cedae.
No olho do furacão provocado pelas investigações sobre uma folha secreta de funcionários, a Fundação Ceperj fez cerca de 43% de todos os seus pagamentos em 2022 com dinheiro obtido pelo governo com o leilão da Cedae.
Segundo dados da Transparência estadual, dos R$ 449 milhões desembolsados pelo órgão este ano, R$ 192,8 milhões jorraram da fonte de recursos 145, relativa à concessão dos serviços de saneamento. No fatiamento das verbas oriundas da privatização, no entanto, as secretarias de Saúde e de Educação não receberam um centavo, e a pasta de Transportes autorizou empenhos de apenas R$ 384 mil.
Uma planilha da execução das despesas da fundação de janeiro a junho deste ano, divulgada pelo deputado estadual Luiz Paulo (PSD), revela o destino de cerca de R$ 130 milhões dos R$ 192,8 milhões pagos com recursos da concessão da companhia. Desse valor, a maior parte (R$ 39,4 milhões) ficou para o projeto Esporte, um Direito de Todos, que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) já identificou como um credor genérico, ao qual o Ceperj realiza pagamentos do Esporte Presente.
O Observatório do Pacto RJ e o Cultura Para Todos, ações na mira do Ministério Público, também figuram entre os projetos que receberam parte da verba, assim como ONGs e empresas de informática.
Um outra análise, feita pela equipe da deputada estadual Martha Rocha (PDT), indica que secretarias comandadas por aliados do governador Cláudio Castro, como as pastas de Governo e Defesa do Consumidor, repassaram R$ 69,9 milhões de dinheiro da Cedae para projetos sob o guarda-chuva do Ceperj.
Enquanto isso o povo no Rio fica sem água.
Pior coisa q aconteceu no RJ??? Aguas do Rio,eles não são preparados para essas obras,estão deixando muito a desejar desde que começaram a assumir o trabalho da CEDAE.As instalações dos relógios de medição outro serviço feito sem orientação alguma.Chegam arrogantes,instalam,não dão qualquer informação.Infelismente o povo aceita e deixa para reclamar depois.Foi o pior negócio de separar a Cedar em blocos 3 um deles ir para essa tal de Águas do Rio,nota zero