
A CEEE Equatorial registrou o pior desempenho entre as distribuidoras de energia elétrica do Brasil em 2024. O ranking é feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e foi divulgado na quarta-feira (2).
Entre 31 distribuidoras de grande porte do Brasil, a CEEE Equatorial apresentou a pior avaliação no índice de Desempenho Global de Continuidade (DCG).
Desde 2012, a agência divulga anualmente o chamado “índice de continuidade”, que considera o tempo que cada unidade consumidora ficou sem luz e o número de vezes em que houve interrupção do fornecimento.
A classificação considera concessionárias de grande porte (com número de unidades consumidoras maior que 400 mil). A empresa atende a capital do RS e cidades do interior e que comprou do governo Tarcísio a Sabesp, empresa de saneamento paulista, em junho do ano passado.
Os indicadores não consideraram em sua composição eventos climáticos extremos, como a catástrofe que se abateu sobre o povo gaúcho com as enchentes de 2024. Esses são classificados nos indicadores relativos a Dias Críticos e Interrupções em Situação de Emergência (ISE).
Ainda assim, a Equatorial conseguiu apresentar o pior serviço prestado em todo o país. De acordo com os dados da Aneel, a distribuidora de energia elétrica, que atende 3,8 milhões de pessoas no Rio Grande do Sul, não só é a pior do país, como ainda mais piorou o serviços prestados com a privatização, alcançando em 2024 o pior resultado em mais de uma década de avaliações.
Os números da CEEE Equatorial continuaram como um dos piores do país, desde 2022, primeiro ano completo de gestão privada. Ela está sob controle da Equatorial Energia, o mesmo grupo que assumiu a Sabesp, privatizada por Tarcísio de Freitas em São Paulo.
A CEEE foi privatizada em 2021 no primeiro mandato do governador Eduardo Leite (PSDB), e desde então permanece como uma das piores empresas de energia do Brasil. Desde que assumiu o controle, a Equatorial Energia iniciou um processo de demissão de funcionários e desmonte da estatal com o objetivo de ampliar suas gigantescas margens de lucro.
A média de problemas subiu de 1,41 no período em que a empresa era estatal, entre 2012 a 2021, para 1,65 após a privatização.
Os anos com a melhor colocação mais foram os anos de 2016 e 2017, quando esteve na 27ª colocação, entre as 36 empresas avaliadas na ocasião.
A empresa justificou em nota que o cenário climático enfrentado pelo Rio Grande do Sul em 2024 foi excepcional e distinto do restante do país. “Ao longo do ano, foram registrados 14 eventos meteorológicos severos, que danificaram a rede elétrica e impactaram o fornecimento de energia. Esse cenário afeta diretamente a performance medida pelos indicadores”, pontuou a distribuidora.