
“É dando que se recebe”: trata-se, até agora, do segundo maior doador para a reeleição do atual governante. Ele fica atrás apenas de Nelson Piquet, já que já repassou R$ 500 mil para a campanha e também tem contrato com o governo no valor de R$ 6,1 milhões
Um dos slogans do governo Jair Bolsonaro (PL) é “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”. Mas bem que poderia ser “É dando que se recebe”.
Pois não é que Bolsonaro recebeu doação de R$ 350 mil para a campanha eleitoral do empresário Gilson Trennenpohl, que por sua vez foi agraciado com contrato milionário do Ministério da Ciência e Tecnologia?
Ele é presidente do Conselho de Administração e principal acionista da Stara S.A, que foi beneficiada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia com subvenção de R$ 2,1 milhões.
As informações são da coluna do jornalista Guilherme Amado, no portal Metrópoles.
Trennenpohl é, até agora, o segundo maior doador para a reeleição do atual governante. Ele fica atrás apenas de Nelson Piquet, já que já repassou R$ 500 mil para a campanha e também tem contrato com o governo no valor de R$ 6,1 milhões.
A Stara é empresa gaúcha do setor de maquinário agrícola. O contrato de subvenção com o ministério foi celebrado em 2021, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, destinado a investimento em projetos tecnológicos. Dos R$ 2,1 milhões, já foram pagos R$ 1,054 milhão, metade do acordado.
Esse, no entanto, não foi o primeiro benefício concedido pelo governo Jair Bolsonaro à empresa de Trennenpohl. Segundo a coluna, também no ano passado, a Financiadora de Estudos e Projetos da Ciência e Tecnologia, empresa pública do ministério, autorizou um financiamento de R$ 4,7 milhões à Stara S.A.
A propósito, não se assuste, o slogan “Brasil acima de tudo” é da Brigada de Infantaria Paraquedista, instalada no Rio de Janeiro, à qual Bolsonaro serviu quando era militar. O “Deus acima de todos” foi acrescentado, convenientemente, para atrair e engajar o segmento chamado evangélico, que hoje é uma espécie de esteio do bolsonarismo.
CUPINCHA ANTIGO
Na época dos contratos, o ministério ainda era comandado por Marcos Pontes, que deixou a pasta para concorrer à vaga no Senado Federal por São Paulo.
O segundo maior doador de Bolsonaro presidiu a Stara até 2020, mas repassou o comando da empresa para o filho, Átila Trennenpohl, e assumiu o conselho da companhia.
Em 2018, Gilson concedeu entrevista em que defendia a eleição de Bolsonaro à Presidência da República.
“Como empresário, e até por não ter nenhuma facilidade, eu nunca, nunca, nunca, nunca me envolvi em política. Nada. Nem para candidato a prefeito aqui na nossa cidade [de Não-Me-Toque]”, disse o empresário à época.
M. V.