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O Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato) afirma, em denúncia divulgada na última quinta-feira (6), que empresas terceirizadas contratadas para “gerir” administrativamente escolas privatizadas estão demitindo professores e intervindo no Plano Político Pedagógico das escolas. A denúncia desmente a falácia do governo Ratinho Jr., que afirmava que tais empresas não interfeririam para além da gestão administrativa.
De acordo com o sindicato, as empresas estão modificando a distribuição de aulas, afastando professores(as) do Quadro Próprio do Magistério (QPM), principalmente professores dedicados à educação especial – que atendem a estudantes com desenvolvimento neuro atípico, como estudantes diagnosticados como Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“É o caso do professor Daniel Zelak, que trabalha há 20 anos com a educação especial, e recebeu a notícia que perdeu aulas na escola em que trabalhava e tinha vínculo com um estudante com Transtorno do Espectro Autista (TEA)”, diz o APP.
“Trabalhei um dia útil e no final do dia me ligaram informando que eu tinha que escolher outra escola que não era da parceira. Acabei pegando uma escola que fica mais longe de casa e isso me gerou um transtorno, além do aluno que estará sem a minha presença. Ontem ele já estava do meu lado e isso gera uma indisposição e um desgaste”, contou o educador em relato a entidade.
Daniel enfatiza que essa mudança abrupta prejudica o aprendizado dos estudantes da Educação Especial, que necessitam criar um vínculo com o professor para garantia do processo educacional, por estes terem dificuldades na socialização dadas limitações de comunicação e interação social.
Conforme Élio Silva, secretário de Finanças e coordenador do Departamento de PSS (Processo Seletivo Simplificado) da APP-Sindicato. “nessas escolas, os problemas ocorreram entre os professores concursados, que foram impedidos de pegar aula extraordinária, tivemos muitos problemas com a educação inclusiva”, diz
“Quando nós fazíamos o debate com a comunidade, a gente já fazia denúncia de que a intenção de privatizar era justamente para sucatear a educação pública, inclusive, na contratação. Os professores formados na educação especial, com experiência, tiveram dificuldades, foram impedidos de pegar essas aulas porque a intenção das empresas é contratar monitor para baratear o custo”, ressalta Silva.