Um levantamento feito pela PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional), divulgado pelo portal UOL, revela que mais de 200 mil empresas devem ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) dos trabalhadores, dentre companhias privadas, públicas e multinacionais.
O FGTS é composto por diversos pagamentos feitos por parte das empresas e com descontos nos salários dos trabalhadores de carteira assinada. Os patrões devem depositar, todo mês, 8% do salário bruto do trabalhador no fundo – justamente a primeira coisa que as empresas deixam de pagar. O resultado é uma dívida que chegou a R$ 27,6 bilhões no último mês de abril.
Com isso, são cerca de 7 milhões de trabalhadores no país que quando vão sacar ou verificar o saldo do FGTS descobrem um grande rombo, que só cresce. Em abril, o montante do calote cresceu 13,5% em relação a março. Só os 15 maiores devedores atingiram cerca de R$ 2,17 bilhões em dívidas.
A lista com as 15 principais devedoras é composta de empresas privadas e públicas. Entre elas está a Vale, privatizada em 1997, e com uma dívida de R$ 105 milhões. As falidas Varig e Vasp também compõem o quadro de empresas devedoras. Para o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, “o fato é que a postura do governo em relação às empresas é de concessões e conivência. Os exemplos que temos são vários, como quando mudaram a Lei de Falência e dificultaram para os trabalhadores receberem seus direitos ou como, recentemente, o governo Temer perdoou bilhões em dívidas de empresas e ruralistas. Ou seja, é o clima de impunidade por parte dos governos que permite o calote nos trabalhadores”, afirmou.