Número representa um salto de 17% em relação a agosto de 2024, quando havia 6,9 milhões de CNPJs negativados, segundo o Serasa Experian
O Brasil atingiu em agosto o recorde histórico de 8,1 milhões de empresas inadimplentes, segundo dados da Serasa Experian.
Esse dado surge num momento em que a taxa básica de juros (Selic) está mantida em 15% desde junho, estrangulando os negócios.
O número representa um salto de 17% em relação a agosto de 2024, quando havia 6,9 milhões de CNPJs negativados. No mesmo período, a dívida média das empresas aumentou 13,6%, passando de R$ 21.690,80 para R$ 24.631,20.
O avanço da inadimplência acompanha o ciclo de alta da Selic imposto pelo Banco Central (BC), que elevou a taxa de 10,50% em agosto do ano passado – já um dos mais altos do mundo – para 15% ao ano.

“As altas taxas de juros tornam as negociações mais difíceis e caras, num cenário de recorde de inadimplência que trava a recuperação do crédito e impede a saída das empresas do endividamento”, explica Camila Abdelmalack, economista da Serasa.
Por setor, os bancos são os principais credores das dívidas das empresas, concentrando 23,4% do total. Autorizados a praticar juros abusivos, que ultrapassam os 400% no rotativo dos cartões de crédito, os bancos detém as dívidas que crescem ao ponto de empresas e pessoas físicas não conseguirem mais quitá-las.
Por porte, Micros, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) são as mais atingidas, representando 7,7 milhões do total de inadimplentes e concentrando 55,2 milhões de dívidas negativadas.
Também favorecido pelos juros é assustador número de pessoas inadimplentes, que, crescendo mês a mês este ano, saiu de 74,6 milhões de brasileiros em janeiro para 78,8 milhões em agosto, também segundo pesquisa do Serasa. Mesmo com o desemprego em baixa, a renda segue comprimida e as famílias trabalham basicamente para pagar juros e dívidas com os bancos.











