
Em linha com a demolição que o governo Temer esta fazendo com o BNDES, os financiamentos do banco no primeiro semestre deste ano caíram em, praticamente, todos tipos de comparações.
No primeiro semestre de 2018, os empréstimos despencaram 17% em relação a 2017. Naquele ano foram liberados R$ 33,5 bilhões, sendo que em 2018 os desembolsos ficaram em R$ 27,8 bilhões. Comparado a 2016, que financiou um valor de R$ 40 bilhões, a queda nos empréstimos foi ainda mais acentuada, 31%.
A redução dos financiamentos ocorreu para todos os setores: Infraestrutura -9%; agropecuária -16%, comércio e serviços -21% e a indústria, carro chefe de qualquer economia desenvolvida, ficou com a maior queda em 27%. Por região as variações também foram todas negativas. No desdobramento por tipo de empresa, as médias tiveram um aumento nos financiamentos, mas as grandes e as micro empresas, com um volume 53% menor, amargaram um estrangulamento na oferta de crédito.
O BNDES fez uma campanha neste primeiro semestre, específica, ofertando recursos para o capital de giro das empresas, inclusive com propagandas na televisão. As linhas de capital de giro são sempre muito procuradas por permitirem às empresas aquele dinheiro necessário até o recebimentos das suas vendas a prazo.
Na situação econômica atual são ainda mais procuradas. Pois bem, os desembolso para capital de giro no semestre foram de R$ 2,5 bilhões ou 24% menores que 2017. As taxas de juros cobradas foram aumentadas no curso da campanha e não ficaram muito distante dos famigerados juros dos bancos comerciais.
A depressão da economia, resultante do alucinado ajuste fiscal combinado com as estratosféricas taxas de juros em curso, está na raiz da queda geral dos investimentos. O BNDES, ao contrário da sua vocação original, não está atuando no sentido de reverter esse quadro.
O aumento de suas taxas de juros e o drástico corte na oferta de recursos, em razão do esvaziamento do caixa do banco, por conta das antecipações indevidas de resgates de empréstimos ao Tesouro Nacional, são os principais fatores que, hoje, esvaziam os objetivos da instituição.