“É imperativo um maior e mais rápido afrouxamento da SELIC”, afirma a entidade
A atividade industrial paulista apresentou resultado negativo generalizado no terceiro trimestre, segundo divulgou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, nesta segunda-feira (30).
A entidade afirma que “fatores como alto endividamento, das empresas e das famílias, alto custo de captação de crédito e a dificuldade em sua obtenção, taxa básica de juros (SELIC) em patamar exacerbado por muito tempo, dentre outros, corroboraram a situação delicada do setor produtivo”. E acentua que “é imperativo um maior e mais rápido afrouxamento da SELIC, a redução da burocracia para o ambiente de negócios e a facilidade na contratação de crédito com custo menor”.
Na comparação com o trimestre anterior, as horas trabalhadas na produção nos meses de julho, agosto e setembro encolheram -1,3%, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) caiu 0,5 p.p. e as vendas reais recuaram em -0,1%. Apenas os salários reais médios variaram 0,1%. Dados contam com o tratamento sazonal.
Já no mês de setembro, as vendas reais desabaram -3,2%, revertendo parte do crescimento do mês de agosto (+3,9%). Também com variação negativa, ficaram os indicadores de horas trabalhadas na produção (-1,1%) e os salários reais médios (-0,1%). O NUCI permaneceu estável em 77,3% na passagem mensal.
Os dados do acumulado dos últimos 12 meses, mais expressivos para uma avaliação do desempenho da atividade neste momento, mostram que as vendas estão com ritmo acelerado de queda, atingindo um baque de 5,3%, acentuando o negativo da posição de agosto em -4,5%.
As horas trabalhadas na produção reduziram o crescimento em setembro +2,1% ante +2,6% do mês anterior, assim como os salários reais médios respectivamente +1,4% contra +1,8% de agosto.
A Fiesp vem desde o início do ano sinalizando que a indústria em São Paulo deve ter mais um ano negativo em sua atividade. A projeção da Fiesp é queda de 0,5% da sua produção industrial neste ano.