Enel deixa 1,5 milhão de casas sem energia em SP enquanto carros são flagrados no pátio

Carros das equipes de manutenção da concessionária foram flagrados no pátio - Foto: Reprodução/TV Globo

Passadas mais de 24 horas da ventania que atingiu São Paulo, a privatizada Enel mantém mais d 1,5 milhão de casas às escuras na região metropolitana. A situação gera revolta na população em especial pelo descaso da distribuidora que manteve os carros de manutenção nos pátios e sequer apresenta um prazo para restabelecer o serviço.

Em meio ao maior apagão registrado recentemente na capital paulista, imagens exibidas pela TV Globo flagraram dezenas de carros da concessionária Enel parados no pátio da empresa, na região do Ipiranga.

Segundo levantamento da própria Enel, divulgado em seu site, 17% dos imóveis da região metropolitana da cidade estão sem fornecimento de energia. Na capital paulista, o número sobe para 18% e chega a 60% na cidade de Embu-Guaçu.

O desrespeito da concessionária privada com a população fica ainda mais em evidência quando a empresa não estabelece um prazo para o retorno do fornecimento.

O diretor da Enel São Paulo, Marcelo Puertas, afirmou na quarta-feira, 10, em entrevista ao programa Brasil Urgente, da Band, que diversas ocorrências de falta de energia ainda estão sendo computadas, o que torna difícil dar uma previsão para a regularização da distribuição.

”A gente vai ter um balanço agora na madrugada, porque tem muita coisa em execução, a gente está terminando muita coisa. Então muita coisa a gente vai religar, com certeza, e vamos fazer um balanço daquilo que entrou. Tem coisa entrando ainda. Fica difícil de dizer ‘é X horas’, ‘é amanhã’, ‘é hoje’ porque a gente tem que fazer um balanço”.

ANEEL NOTIFICA ENEL

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) enviou uma notificação formal à empresa, exigindo esclarecimentos detalhados sobre o fornecimento de energia no estado após o recente evento climático.

A principal crítica da ANEEL reside no conhecimento prévio que a Enel deveria ter sobre a formação do ciclone extratropical responsável pela ventania intensa. A agência questiona publicamente os motivos pelos quais a concessionária não implementou medidas preventivas e um plano de contingência adequado, visto que a velocidade dos ventos em São Paulo chegou a 98,1 km/h. Tais ventos causaram a queda massiva de árvores e galhos, danificando gravemente a rede elétrica e provocando o apagão em SP.

Em um prazo de até cinco dias, a Enel deverá apresentar à ANEEL uma descrição minuciosa do evento climático e diversos critérios técnicos. ANEEL também exige uma comprovação de que a estrutura da Enel é, de fato, compatível com a vasta área sob sua concessão.

FALTA D’ÁGUA TAMBÉM VIRA PROBLEMA

O abastecimento de água está comprometido em parte de São Paulo e em algumas cidades da região metropolitana. De acordo com a Sabesp, a falta de eletricidade impede o bombeamento de água para as casas e isso faz com que o abastecimento esteja “muito afetado”. m alguns locais, como Vila Mariana e Morumbi, na capital, e Santo André e o bairro de Vila Iracema, em Osasco, a energia foi restabelecida, mas a recuperação do abastecimento está ocorrendo de forma gradual.

Regiões afetadas em São Paulo:

  • Americanópolis
  • Cangaíba
  • Parelheiros
  • Parque do Carmo
  • Parque Savoy
  • Sacomã
  • Vila Clara
  • Vila Formosa
  • Vila Romana

Os bairros próximos a essas regiões também foram prejudicados, pois os reservatórios instalados nesses locais atendem a áreas vizinhas.

Cidades totalmente afetadas:

  • Itapecerica da Serra
  • Guarulhos
  • Cajamar
  • Mauá
  • Santa Isabel

Parte das cidades de Cotia (região do Atalaia) e São Bernardo do Campo (região do Baeta Neves) também sentem os efeitos da falta de energia.

O sistema foi muito impactado pelo longo período sem eletricidade para bombear a água. A Sabesp afirmou que, assim que o bombeamento é retomado, a água volta a fluir pelas tubulações, reabastecendo as caixas-d’água de cada casa e edifício no caminho, por isso a recuperação é gradativa.

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