Com lucros astronômicos, empresa privada corta investimentos, demite funcionários e cobra uma das tarifas mais caras do mundo
A multinacional italiana Enel, dona da distribuidora de energia paulista, registrou lucro líquido de 4,25 bilhões de euros no primeiro semestre, conforme balanço divulgado nesta terça-feira (7). Uma alta de 141,9% frente ao resultado de 1,76 bilhão em igual período do ano passado.
A empresa privada cortou investimentos, demitiu funcionários e cobra uma das tarifas mais caras do mundo. O resultado é que a empresa italiana provocou o maior apagão já vivido pela cidade de São Paulo e deixou mais de dois milhões de brasileiros sem luz durante 4 dias.
De 2019 a 2022, a companhia reduziu o seu quadro de pessoal de 23,8 mil para 15,3 mil trabalhadores, uma queda de 35% dos funcionários, entre os mais experientes e capacitados. Hoje, um funcionário da empresa trabalha para atender 511 clientes, entre residências e empresas, independentemente do número de ocupantes.
De acordo com Relatório da Administração, “a Enel Brasil encerrou o ano de 2022 “com um Lucro de R$ 3,3 bilhões, ou seja, crescimento de 37% vis-à-vis o mesmo período do ano anterior”.
ENEL SP
O lucro em São Paulo passou de R$ 777 milhões ao fim de 2019 para R$ 1,4 bilhão ao término de 2022. No primeiro semestre de 2023 foi de um lucro líquido de R$ 905 milhões, o que representou um aumento de 53% sobre os R$ 592 milhões do primeiro semestre de 2022.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), indicador do nível de dinheiro em caixa, atingiu cifra de R$ 2,4 bilhões, um crescimento de 34% sobre o primeiro semestre do ano anterior (R$ 1,8 bilhão). O faturamento líquido do semestre, já deduzido o ICMS, foi de R$ 9,5 bilhões, um acréscimo de 7% sobre os R$ 8,9 bilhões de 2022.
A Enel Distribuição São Paulo exerce a concessão de distribuição de energia elétrica para 24 municípios paulistas, incluindo a capital paulista, conta com 7,9 milhões de unidades consumidoras e envolve uma população estimada de aproximadamente 18,4 milhões de habitantes. Além de atender o Rio de Janeiro e o Ceará.