
Além de péssimo serviço, alta na conta de luz sobe muito além da inflação
Em julho deste ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou um aumento de 13,94%, em média, nas contas de luz dos consumidores residenciais e pequenos comerciantes de São Paulo, atendidos pela distribuidora de energia italiana Enel. Para os consumidores em alta tensão (indústrias, shoppings, e grandes unidades), o impacto foi de 15,77%. A Enel SP atende 8 milhões de unidades consumidoras na capital paulista e região metropolitana, com um faturamento anual superior a R$ 20 bilhões.
A luz mais cara afeta diretamente as famílias brasileiras que já pagam as tarifas de energia entre as maiores do mundo, comprometendo o orçamento familiar e aumentando os preços de diversos produtos e serviços de primeira necessidade.
A conta que chega todo fim mês pesa no bolso do consumidor que, além de reduzir o consumo de energia, deixam de comprar até alimentos para sua família.
De acordo com o Idec – Instituto de Defesa do Consumidor, as famílias com renda mensal de até R$ 2.000 destinam, proporcionalmente, uma parcela maior da renda ao pagamento da conta de luz que pode representar cerca de 10% do orçamento.
O reajuste tarifário, já em vigor, ocorreu em meio a disparada do preço da energia residencial no país, devido a bandeira tarifária vermelha da Aneel, com a cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100kWh consumidos.
Nesta sexta-feira (1º), a Aneel acionou a bandeira vermelha patamar 2, a mais cara entre as bandeiras tarifárias, com um custo adicional de R$ 7,87 para cada 100 kWh consumidos. A bandeira vale por todo este mês de agosto.
O indicador de prévia da Inflação (IPCA-15), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que, entre 14 de junho a 15 de julho, o preço da energia elétrica residencial subiu 3,01% e registrou o maior impacto (0,12 ponto percentual – p.p) no IPCA-15 de julho, com variação de alta de 0,33%.
Na região metropolitana de São Paulo a conta de luz residencial subiu 6,10%, com o reajuste tarifário, vigente desde 4 de julho, segundo o IBGE. Assim, a inflação paulista fechou em alta de 0,40% no período. São Paulo (33,45%) conta com o maior peso no índice geral.
Por região, a maior variação foi registrada em Belo Horizonte (0,61%), com a ajuda da energia elétrica residencial, que subiu 3,89% no período. Em BH, a Aneel autorizou um reajuste para cima de 7,36% para os clientes residenciais da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a partir de 28 de maio.
Também foram aprovados ainda reajustes tarifários de 14,19% em uma das concessionárias (RGE Sul Distribuidora de Energia S.A.) em Porto Alegre (5,07%), vigente desde 19 de junho; de 1,97% para Companhia Paranaense de Energia (Copel-Dis) que atende os consumidores de Curitiba (3,33%), em vigor desde 24 de junho; e redução de 2,16% nas tarifas da concessionária Light do Rio de Janeiro (0,44%), a partir de 17 de junho.