“Quero ser prefeita com a cara do povo de Salvador”, diz a pré-candidata do PCdoB à Prefeitura de Salvador
A deputada estadual e pré-candidata à Prefeitura de Salvador, Olívia Santana (PCdoB), que tem como principais bandeiras o combate ao desemprego e à desigualdade, afirmou que “não podemos achar que o pobre tem que ser tratado, nos bairros pobres, apenas com uma contenção de encosta”.
Segundo Olívia, Salvador “é brutalmente desigual. Uma cidade em que as pessoas se acostumaram com indicador de desemprego de dois dígitos”. “A gente tem 17% de desemprego na cidade”, observou a pré-candidata em entrevista ao portal do jornal A Tarde.
“[É] uma cidade que se favelizou e a gente não tem nenhum projeto de urbanização de favelas. Não podemos achar que o pobre tem que ser tratado, nos bairros pobres, apenas com uma contenção de encosta. A contenção de encosta é muito importante, mas é uma política emergencial. Não é uma política de planejamento urbano”, analisou.
“Não é uma política de planejamento urbano. Nós temos que fazer uma política arrojada de planejamento urbano em Salvador, ter um programa de urbanização das favelas, um programa que possa enfrentar os principais gargalos que a cidade tem”, afirmou a deputada estadual.
Para ela, “essa política não pode ser o toque de uma sirene em dia de chuva, mandando as pessoas saírem. Mas para onde? Sair para as escolas… E aí você provoca um novo problema social, ninguém pensa nisso?”.
“Então significa que o aluno deixa de ter aula porque a escola passa a ser ocupada pelos desabrigados. Nós temos aí dois problemas sociais”, afirmou.
“O que está sendo feito aí é: os pobres que se resolvam com os outros pobres”, declarou.
“Eu quero enfrentar isso, sei que não é fácil, mas eu sei que tenho vontade política, compromisso social real para enfrentar essa situação. Nós temos que ter, sim, planejamento urbano em Salvador”, continuou.
Na entrevista, Olívia Santana disse que seu programa prioriza a construção de creches. “Quero que a trabalhadora doméstica, que trabalha na Barra, chegue lá com alguma dignidade. Que ela cuide de um filho que não é o filho dela, mas ela saiba que tem uma prefeita que está cuidando de construir creches”.
“É possível a gente fazer creches. Vamos construir creches para a gente poder botar a infância que não tem oportunidade. Para ter oportunidade educacional digna”.
Olívia, que foi eleita vereadora de Salvador duas vezes, declarou também que uma de suas maiores preocupações será com a educação. “Estamos na era da inteligência artificial, estamos na era da tecnologia, enquanto nós ainda temos pessoas analfabetas. Pessoas que não concluíram o ensino médio. A gente não quer viver na cidade em que larga parcela da população, da juventude, sequer tem ensino médio”.
CANDIDATURA
A pré-candidata do PCdoB disse que espera “reciprocidade” por parte do PT, uma vez que apoiou seus candidatos diversas vezes. “Sonho com a reciprocidade. Eu sonho com essa possibilidade de a esquerda apostar em um nome com outro perfil, que tem a cara do povo de Salvador, que tem a trajetória de vida que o povo de Salvador tem”.
“Acredito que eu sou, sim, um nome com experiência, de porte, que pode, sim, liderar esse campo político do governador Rui Costa (PT) para um projeto para a cidade de Salvador”.
Apesar de ter expectativas de ser apoiada por Rui Costa, Olívia disse que o PCdoB não vai “condicionar” o seu “caminho ao caminho do PT”. “Nós não vamos ficar esperando o PT resolver para a gente poder caminhar. Se eles decidirem vir conosco, ótimo. Se não decidirem, nós seguiremos em frente”.
“Nós estamos com uma determinação de disputar a prefeitura de Salvador com a nossa cara, do nosso jeito, fazer um processo de mobilização popular de baixo para cima”, disse.
“A nossa campanha, a nossa candidatura é uma candidatura de gente que se importa com a outra pessoa, não é uma candidatura do poder ao individualismo, [do] cada um que se vire”.
Ela também expressou sua satisfação pelo apoio dentro da sua sigla, tanto local como no plano nacional. “A presidente nacional do PCdoB [Luciana Santos] veio aqui e sinalizou o quanto é importante a minha candidatura para o partido nacionalmente. A Manuela D’Ávila [ex-deputada federal e pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre, RS] caminhou comigo na festa do Bonfim, que é o momento em que todas as candidaturas se apresentam, se interagem de maneira mais pública com a população”.
A entrevista de Olívia Santana faz parte da série de conversas com pré-candidatos do jornal A Tarde.
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