Frente ao pior momento da pandemia da Covid-19, com o número de mortes se aproximando de 3.000 por dia e UTIs lotadas, os governadores estão promovendo uma série de medidas para conter o avanço da doença e salvar vidas, como o isolamento social, através da restrição de atividades econômicas e sociais. Além disso, os gestores estaduais estão promovendo outra série de medidas para amenizar os efeitos da crise sanitária sobre o emprego dos trabalhadores e das empresas mais atingidas pela paralisação das atividades econômicas não essenciais.
O estado do Maranhão anunciou um auxílio emergencial de R$ 600 a artistas e demais trabalhadores da Cultura, que tiveram suas atividades totalmente paralisadas frente à crise. Além disso, um segundo auxílio, de R$ 1.000, será disponibilizado para ajudar donos de bares, restaurantes e lanchonetes. O apoio financeiro será feito em parcela única já na próxima sexta-feira (19).
“Esta é a forma que temos de garantir que, enquanto o auxílio federal não volta, vamos fazer o auxílio emergencial para estes dois segmentos, que estão tendo perdas com o cenário de coronavírus. Estamos buscando, ao máximo, evitar o lockdown, pois, nesse momento, não temos auxílio emergencial para a população. Queremos garantir a autonomia das famílias. Neste momento, basta todos usarem máscaras. Com isso, resolveremos 80% do problema”, declarou o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
Além do Maranhão, outros estados pagam ou discutem também o pagamento de um auxílio emergencial bancado com seus próprios recursos, enquanto ainda não há uma definição de quando será liberado a nova rodada do auxílio do governo federal que acabou em dezembro do ano passado.
Após três meses, Bolsonaro promete uma renda bem menor, entre R$ 125 e R$ 375, do que os valores inicialmente liberados no ano passado, R$ 600 e R$ 1.200 para mães solteiras. Além disso, o governo federal diminuiu a cobertura do programa pela metade e a duração da ajuda financeira será de apenas quatro meses e só começa em abril. Da mesma forma, o governo federal não apresentou qualquer proposta para enfrentar a crise com medidas voltadas às micro, pequenas e médias empresas.
No Ceará, uma série de medidas de apoio aos setores de restaurantes, bares e demais estabelecimentos de alimentação foram tomadas pelo governador Camilo Santana, como auxílio de R$ 1.000 para os trabalhadores do setor que estão desempregados (garçons, cozinheiros, auxiliares de cozinha, gerentes, recepcionistas, entre outros); isenção do IPVA para carros que atendem ao setor e a isenção da conta de água restaurantes, bares, barracas, lanchonetes, etc, dos meses de março, abril e maio, além de medidas de apoio a microempreendedores e à população de baixa renda.
“Não pagarão conta de água nos próximos dois meses cerca de 379 mil famílias cearenses, assim como as mais de 114 mil famílias do interior inscritas no Sistema Sisar, totalizando 493 mil família de baixa renda beneficiadas com essas novas leis, ambas medidas de apoio à população mais vulnerável do Ceará em um período de pandemia”, declarou o governador Camilo Santana (PT).
No ano passado, diversos estados criaram programas de auxílio emergencial, com valores, períodos de duração e abrangência distintas, conforme a realidade de cada localidade, com a finalidade de atenuar a crise e suprir as necessidades que deveriam ter sido tomadas pelo governo de Bolsonaro, já que este demorou 50 dias, após a autorização pelo Congresso Nacional.
Entre os governos estaduais que criaram auxílios estão: São Paulo, Bahia, Ceará, Roraima, Minas Gerais, Amazonas, Maranhão, Pará, Acre, Pernambuco, Rondônia, Amapá e Alagoas, além do Distrito Federal. Destes até agora, oito optaram por prorrogar as medidas, ou criaram novos programas de ajuda financeira este ano (São Paulo, Acre, Rondônia, Pará, Amapá, Amazonas, Maranhão e Alagoas).
No início deste mês, o Rio de Janeiro também entrou na lista dos estados que criaram seus próprios programas de renda, iniciativa essa que deve ser seguida por outros governos estaduais com o fim de compensar a redução no valor do auxílio emergencial do governo federal.
Bolsonaro, por sua vez, voltou a fazer demagogia e atacar os governadores. “Você vê que tem governador agora que está falando em auxílio emergencial, né?”. “Ele quer fazer o ‘Bolsa Família’ próprio. Quanto mais gente vivendo de favor do Estado, mais dominado fica esse povo”, disse Bolsonaro que em suas costas já leva os nomes de mais de 280 mil brasileiros mortos por Covid-19.