“Tem significado de diagnóstico esse apagão no Amapá por responsabilidade de uma empresa privada ter acontecido no mesmo momento em que está pautada essa medida provisória de privatização da Eletrobrás”, criticou o senador Randolfe Rodrigues
Cidades do Amapá voltaram a registrar um apagão total na noite de quarta-feira (16). A suspensão do fornecimento de energia elétrica durou cerca de duas horas. Esse é o quinto apagão total registrado no estado desde novembro de 2020, quando 13 das 16 cidades do Amapá ficaram completamente às escuras por quatro dias e sofreram com o fornecimento precário de energia por 22 dias.
A falta de energia foi provocada pro uma falha na saída da Linha de Transmissão de 230 KV entre Jurupari e Laranjal do Jarí, administrada pela empresa privada LMTE.
A Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) informou pelo Twitter que “A falta de energia desta tarde foi provocada pela saída da Linha de Transmissão de 230 KV entre Jurupari e Laranjal do Jari. A Companhia já acionou o Operador Nacional do Sistema e está aguardando recuperação deste trecho para recompor os sistemas de distribuição”, escreveu a companhia na rede social.
Não há informação ainda sobre quantos municípios foram afetados no estado. Na capital, Macapá, a eletricidade foi restabelecida em alguns bairros após cerca de 30 minutos de interrupção.
Residências, estabelecimentos comerciais e locais públicos ficaram sem eletricidade. Apenas locais com geradores de energia, como hospitais, empresas e postos de saúde seguiram com o fornecimento à base de combustível.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico informou que, após o apagão, a energia foi completamente restabelecida no estado por volta das 18h.
“O ONS reitera que, assim que identificou o problema, atuou prontamente para iniciar a recomposição do sistema e para que o completo fornecimento de energia fosse restabelecido o mais rápido possível. O ONS avaliará as causas da ocorrência junto aos agentes envolvidos e, posteriormente, fará um Relatório de Análise da Perturbação (RAP)”.
Responsabilidade privada
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, responsabilizou o desmantelo causado pela concessionária privada pelo apagão. “Nosso povo não pode continuar sofrendo”, disse ele, pelo Twitter.
“Num intervalo de sete meses, ocorreram 5 apagões no Amapá. Só durante essa sessão do Senado foram dois. Este quinto apagão é importante que se diga, a nota da Eletronorte diz o seguinte: ‘A Eletronorte esclarece que não é responsável pelo desligamento ocorrido por volta das 16h, nesta terça-feira no Amapá. As causas serão informadas pelo ONS’. Mas as causas nós já sabemos. As causas são as mesmas do primeiro apagão, em novembro. Culpa de uma empresa que foi privatizada chamada Linhas Macapá de Transmissão de Energia, responsável pela ligação do Leão de Tucuruí com as centrais elétricas do norte do Brasil e por consequência para o fornecimento de energia para nós amapaenses. É a mesma empresa privada”, afirmou o senador.
Randolfe ainda destacou o que acontece no Amapá como diagnóstico com o que vai acontecer no país caso a Eletrobrás seja privatizada, como está para ser votado nesta quinta-feira no Congresso Nacional.
“Tem significado de diagnóstico esse apagão no Amapá por responsabilidade de uma empresa privada ter acontecido no mesmo momento em que está pautada essa medida provisória de privatização da Eletrobrás”.
Randolfe ainda deixou o exemplo do Amapá como alerta aos senadores. “Este é o resultado, o custo e consequência da privatização”.